terça-feira, 29 de agosto de 2017

Infinitude

E aí meu caro , heroico , fiel e corajoso leitor , e leitora : o que você acha das músicas de um tal de DJAVAN Caetano Viana ?..........................( Nossa ! Coitado...... também não precisa detonar o cara ! ) ..........Bom , pelo menos concordamos em alguma coisa : as músicas do cara são um SAAAAAACÔÔÔÔÔÔÔ !!!!!!....... Xiiiiii !!!!! Você é um , ou uma , DJAVANISTA INVETERADO ?  Calma , não precisa gastar todo o seu repertório de palavrões , xingamentos e pragas contra este azarado e pé rapado escriba ! Apesar de não gostar das músicas desse ser vivente , bípede , racional  , filho de um ser vivente , bípede , racional de pele branca que ganhava a vida  como vendedor ambulante e de uma ser vivente , bípede , racional de pele negra que , embora não estivesse envolvida na LAVA JATO , ganhava a vida como LAVADEIRA e que veio ao mundo , ou melhor ,  FEZ A SUA ESTREIA em 27 de janeiro de 1949 em Maceió , sou obrigado a tirar o meu chapéu invisível para esse cara : embora as letras de suas músicas sejam longas e praticamente indecifráveis e extremamente introspectivas  ( É mais fácil entender um texto escrito  por ILANIL COELHO - uma professora deste escriba no tempo da Faculdade de História e que não escreve em português mas sim em ILANÊS - do que se aventurar na árdua , complicada e heroica tarefa de tentar entender alguma música do glorioso Djavan .....) e sua maneira de cantar e interpretar suas canções seja no estilo " TÔ ACORDANDO AGORA ! " , é impossível negar os seus méritos como artista . Seus discos são meticulosamente produzidos , Djavan é um ótimo músico , ele entende como poucos da complicada e complexa  tarefa de se produzir um disco  , trata-se de um músico reconhecido internacionalmente e que , não raras vezes , sempre conta em seus trabalhos com participações de , embora não tenham vindo de algum zoológico , FERAS  da música mundial , como os cantores americanos STEVE WONDER e GEORGE BENSON . Também é simplesmente impossível , mesmo sendo alguém que não gosta de seu trabalho ou que mal e porcamente sabe quem é esse ser vivente , bípede , racional  que em sua juventude tentou ser jogador - mais exatamente um meio-campista - do super poderoso CSA de Maceió , NÃO GOSTAR de uma de suas músicas , aliás , justamente a melhor e mais famosa e que em 1995 veio a ser regravada simplesmente pelo graaaaaaaaaaaande - em todos os sentidos - TIM MAIA ( 1942-1998 )  : " OCEANO " .......Tudo bem que as letras da música são algo tão comum como mato nascendo em terreno baldio , o Temer chupando o pescoço de alguma de suas pobres e indefesas vítimas , um político brasileiro recebendo um "prêmio " dos generosos e bondosos empreiteiros e empresários que financiaram a sua campanha e o JEC perdendo para adversários super poderosos como MACAÉ - o time da maca - e SÃO BENTO de Sorocaba , ou seja , um homem angustiado , mega apaixonado , desesperado , com DOR DE CORNO AGUDA , que não se conforma com partida de sua amada e que só diz coisas como " VOCÊ É A MINHA VIDA " , VOCÊ É O MEU MEL , ESTRELA E LUAR " , " AMO VOCÊ TANTO QUANTO O BANGU ATLÉTICO CLUBE " , " VIVER SEM VOCÊ É QUE NEM O JEC TENTAR SUBIR PRA SÉRIE B " e por aí vai , mas de qualquer maneira ela é simplesmente perfeita em todos os sentidos - arranjo , produção , letras , ritmo , clima , sentimento , etc....etc.....- , ali pela metade dela há a verdadeira cereja no bolo : o violonista PACO DE LUCÍA dando um toque ESPANHOL-LATINO-CALIENTE a essa memorável canção ( o tal violonista era espanhol ; lamentavelmente  foi pra Jesus em 2014 , aos 67 anos de idade , e era simplesmente um dos melhores violonistas flamencos do mundo ) .
 
          Aliás , saca só a beleza lírico-poética da música do DJAVA : " Assim que o dia amanheceu / Lá no mar alto da paixão / Dava pra ver o tempo ruir / Cadê você ? Que solidão ! / Esquecera de mim  Enfim , de tudo o que há na Terra / Não há nada em lugar nenhum / Que vá crescer sem você chegar / Longe de ti tudo parou / Ninguém sabe o que eu sofri   Amar é um deserto e seus temores / Vida que cai na sela dessas dores / Não sabe voltar , me dá seu calor  Vem me fazer feliz porque eu te amo / Você deságua em mim , e eu , oceano / Me esqueço que amar é quase uma dor/ Só sei viver se for por você ! " ( Quem é noveleiro - e noveleira - inveterado e tem uma memória avantajada , capaz de fazer até um elefante que vive nas savanas africanas se transformar em um boi como o que este escriba está vendo agora no pasto perto desta muy humilde residência , ou seja , BABAR SEM PARAR , de inveja , deve se lembrar que essa música fez parte da trilha sonora nacional da novela global "TOP MODEL " , que foi ao ar entre setembro de 1989 e maio do ano seguinte , e que ela era a canção-tema do personagem brilhantemente vivido pelo ator paulistano TAUMATURGO FERREIRA , ou seja , um sujeito de vida errante - um tanto  marginal -  , que tem  o desgosto de ver a sua mãe indo pra Jesus em seus braços e que passa quase toda a trama tentando encontrar o ser vivente , bípede , racional que fecundou o óvulo de sua mãe , em outras palavras , o seu pai ) ........Bom , as semelhanças entre DJAVA e o próximo personagem destas mal e porcamente escritas linhas são como as semelhanças entre uma Ferrari modelo 2017 e um Fusca modelo 1971 , ou seja , PRÓXIMAS A ZERO , mas mesmo assim há duas coisas comuns entre eles : aquele fantástica e rara capacidade de lidar com as palavras e transformá-las em belíssimos e maravilhosos versos poéticos , assim como um escultor transforma um amontoado de argila em uma fantástica escultura ( Um esclarecimento : os poemas dele são mais ENTENDÍVEIS que os do DJAVA .....) , e , é claro , a paixão pelo MAR . Tendo aterrissado no planeta Terra no longínquo 19 de maio de 1952 na bonita , germânica e bucólica São Bento do Sul , o escritor , produtor e agitador cultural , publicitário , consultor empresarial e ex-escoteiro  DONALD MALSCHITZKY é um típico cidadão do mundo : já viveu em Nova Iorque , Joinville ,  Curitiba , volta e meia sempre está nos States ( parte de sua família vive lá ) e atualmente tem o seu lar doce lar no balneário de Barra Velha , a versão barriga-verde do badalado e agitado balneário californiano de Malibu . Embora não tenha uma pulga em sua respectiva cueca , ele é aquele típico modelo de pessoa irrequieta , que dificilmente passa algum instante parada e que , a exemplo do nitroglicerínico geólogo , ambientalista e polemista joinvilense MILTON WENDEL , é um daqueles raros exemplos da quase extinta espécie Homus Sincerus : embora não tenha tomado uma MISTURA DE TEQUILA COM VODCA ou ouvido o disco de 1990 da DUPLA ZEZÉ DE CAMARGO E LUCIANO ( Que horrrrrrooooorrrrrr !!!!!! ) , várias de suas crônicas lhe renderam grandessíssimas dores de cabeça , especialmente com os mais religiosos e fundamentalistas . Embora não seja Nossa Senhora Aparecida ,  deu o ar de sua graça neste muy humilde e furreca blog incontáveis vezes ,  também tendo sido entrevistado em novembro de 2013 - para alegria , honra e orgulho deste muy humilde , limitado e furreca escriba - e , após longo e tenebroso INVERNO ( Falando nisso ......VOLTA , FRIO ! ) , Donald retorna com a ótima , crítica  e reflexiva crônica-poema de hoje , em parte inspirada pelo próprio lugar onde ele vive ,  em parte por aquele seu tão presente e característico senso crítico a respeito de tudo e de todos e em parte por senso e talento poético ( Huuuummm......será que algum ser vivente , bípede , racional do sexo feminino está mexendo a cabeça desse garotão de 65 anos de idade ? ) .......CONFIRA :
 
"
 
 
Dizem que sou masculino, mas tem gente que me trata como feminina, essa gente que me acarinha e gosta do carinho que faço,
 
 de como a carrego e encho seus olhos de paisagens mutantes, repletas de infinitos.
  
Sim, sou mãe, pois de meu ventre surgiu a vida, toda a vida. Bem antes da lembrança eu já era e  criava e ainda carrego em mim tantas vidas que o homem ( ABAIXO ) , esse meu filho
 
 que pensa saber de tudo, não tem ideia de quantas são. Mas eu sei : são incontáveis,  e cuido delas como cuidei de todas que de mim saíram. Sou mãe, mas chamam-me de ' o Mar ' .
 
Meu filho homem nem sempre sabe, mas não vive sem mim : de minha água que o Sol transforma em nuvem e em chuva ( ABAIXO )  que alimenta as plantas e mata a sede dos seres ;
 
 dos peixes ( ABAIXO ) , moluscos, crustáceos, algas e tantas criaturas e plantas que consome, dos minerais que precisa. Quando fala do sal da terra, não lembra que muito dele vem de mim e o outro, uma vez era eu.
 
Visita-me muito e, além de comer o que faço, em mim se banha, diverte, navega ( ABAIXO ) , descobre, descortina horizontes. Muitas vezes, ao ir-se,  deixa as praias  repletas de lembranças, más lembranças. Tem problemas esse meu filho.
 
Parece que  acredita que alguém um dia lhe falou que tudo isso seria dele para mandar e usufruir.  Ele gosta de inverter o que ouve, vê e lê : foi mandado cuidar de tudo, nada mais, mas seu egoísmo tem certa dificuldade em entender. ( ABAIXO , PORQUINDADE NA PRAIA )
 
Nos últimos dias,  tenho estado revolto, e nem todos entendem o porquê.  É que às vezes me inquieto, irrito-me ; nas outras, em combinação com a Lua ( ABAIXO ) e os Ventos, gosto de mostrar minha força para ver se o homem enxerga sua pequenez.
 
Aí, desperto, levanto as ondas, revolvo o chão, carrego barcos, encharco quem sobe nas pedras para mirar-me, invado areias, caminhos, ruas,  engulo o que construíram em meu caminho, ( ABAIXO , RESULTADO DE UMA RESSACA EM BARRA VELHA )
 
 
  arrebento-me contra os costões, a lapidar rochas como o faço a bilhões de anos.   Assusto quem tem medo e extasio quem me conhece de verdade.
 
Depois, quando me acalmo,  deixo as praias cheias de coisas : plásticos, madeiras, vidros, latas, restos de civilizações.  E o homem diz que joguei tudo isso nas praias.
 
Triste, vindo de um filho : nada joguei; apenas devolvi parte muito, mas muito pequena, de tudo que o ele me faz engolir todos os dias. "
 



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