terça-feira, 26 de julho de 2016

Outrora , Agora

Tão gigantesco quanto o seu tamanho é o CÉREBRO DE UM ELEFANTE : eles conseguem memorizar exatamente os locais onde podem conseguir água e alimentos , mesmo percorrendo distâncias tão gigantescas quanto ele e não é à toa que existe aquela conhecidíssima expressão popular : " FULANO , OU FULANA TEM UMA MEMÓRIA DE ELEFANTE "......Então o que você teria a dizer do cérebro desse indivíduo ? Bom , vamos ao fato : em maio de 1974 e mais precisamente na cidade de Yangon , na república de Mianma ( localizada no sudeste asiático e um dos países mais miseráveis do mundo , tornou-se independente do Reino Unido em 1948 e durante o domínio britânico teve o nome de Birmânia ) , um sujeito chamado BAHANDDANTA VICITTABI VUMSA conseguiu recitar 16.000 páginas de textos canônicos budistas DE COR ! E olha que naquela oportunidade ele já tinha 63 anos de idade ( veio a falecer em 1993 , aos 82 anos )......Ficou impressionado , ou impressionada , com isso ?  Pois agora vai mais uma : segundo a agência de notícias chinesa XINHUA um indivíduo da cidade de Harbin chamado GEN YANGLING conseguiu memorizar mais de 15.000 números de telefone ! ......Infelizmente não temos maiores informações a respeito desses indivíduos e por isso mesmo faremos uma aposta arriscada , " no escuro " : apesar de terem cérebros ( ou seriam computadores ? ) de outro mundo , sinceramente duvidamos que algum deles tenha sido tão ou melhor contadores de histórias que esse sujeito de jeito aparentemente e de poucas palavras ....Evidentemente ele não tem um computador na cabeça como o chinês e o falecido mianmês  e , além disso no ano que vem ele completa a sua sexta década de vida e com isso as lembranças vão ficando cada vez mais esparsas mas a sua MEMÓRIA seria aquilo que muitos chamam de " fotográfica " : 

     Testemunha ocular e ativa da história de Joinville desde o distante fevereiro de 1979 , quando se radicou em terras de Dona Francisca e passou a exercer a sua profissão , ele é capaz de descrever detalhadamente algum fato ocorrido , por exemplo , em 1966 . Aliás , se fosse possível  ter acesso , decifrar e ler o seu privilegiado cérebro , especialmente a parte em que estão armazenadas as suas lembranças , histórias divertidas , engraçadas , curiosas e até bizarras é que não faltariam ......Fazendo valer um conhecido verso de autoria do grande poeta português JOÃO PESSOA ( 1888-1935 ) - " O TEJO NÃO É MAIS BELO QUE O RIO QUE CORRE EM MINHA ALDEIA " - volta e meia ele sempre faz questão de lembrar da sua Rio Negrinho natal , a bucólica , bonita e deliciosamente provinciana cidade onde do planalto norte catarinense , onde veio ao mundo - em 26 de maio de 1957 - e onde viveu as doces e despreocupadas infância e adolescência , quando se mudou para Curitiba . Talvez você já tenha logo percebido de quem estamos nos referindo : trata-se , é claro , do jornalista e eterno contador de histórias ROBERTO SZABUNIA - a versão local de FORREST GUMP ( aquele personagem hollywoodiano , contador de histórias , que participou de vários fatos importantes da história dos Estados Unidos e que foi brilhantemente interpretado por TOM HANKS ) - e  que na ótima crônica de hoje , já um aperitivo para a crônica de amanhã , relembra uma época de sua vida  que se foi precária  e cheia de dificuldades e por outro lado foi repleta de alegria , carinho e sem preocupação alguma com nada ...... CONFIRA : 

"E que tal, meu caro Görresen, viver o passado agora?

A questão vem a propósito da crônica  do colega de espaço Hilton

Görresen ( ABAIXO ) , acerca das reminiscências, de reviver o passado, e de quanto de

graça se perderia.

Não posso deixar de concordar com quase tudo que foi

escrito. Afinal, se hoje tenho saudade de outrora ( ABAIXO , ROBERTO SZABUNIA ) , creio que mais se deve ao

fato de estar chegando aos ' sessentinha ' do que pelo modus vivendi dos

' sessentas ' ( anos 60 ).

Quem, na última curva dos cinquenta, não desejaria ter

novamente seis ou sete aninhos ?

Claro que não gostaria de reviver as

insuportáveis dores de barriga de antanho,

provocadas quase sempre pela

precária higiene de um tempo sem água tratada, sem esgoto sanitário, sem

fiscalização... A água vinha do poço, e do balde direto pra caneca. Íamos lá

fora, na casinha. Banho era de coxo. Não havia geladeira. E dá-lhe bálsamo

branco ! ( ABAIXO )


Mas, repito : que tal viver outrora agora ? Pegar as coisas boas e adaptá-las aos

nossos tempos. Sentir novamente alguns aromas e gostos ; rever cenas ; voltar

no tempo sem entrar numa máquina, só em adaptações.


Por exemplo: ainda assisto toda sexta-feira a um episódio da série ' Perdidos

no Espaço ' ( ABAIXO ) . Lá nos anos 60, assim que nossa casa foi a segunda da rua a ter

televisor, o seriado estava no auge. Numa distante sexta-feira, 20 horas,

quando começou o primeiro capítulo a que assistíamos, creio que chegava à

metade da primeira temporada.

Logo no início, o Dr. Smith ( ABAIXO )  ' trabalhava '

arduamente, tentando tirar uma soneca, quando uma engenhoca alienígena lhe

pregou um tremendo susto.

Eu, meu primo e meu diadek ( "avô " , em polonês ) nos apegamos de tal

forma ao grudento seriado, que ansiávamos pela sexta-feira, quando às 8 da

noite em ponto as Lojas Madison anunciavam o horário que patrocinavam

( eram tempos de um único patrocinador por programa - ABAIXO , UM APARELHO DE TV DA DÉCADA DE 60 ).

Meu avô ( ABAIXO ) avisava : ' Vai

começar Madison ' .


É claro que hoje o seriado não me desperta a mesma emoção juvenil. A

precariedade da produção ( ABAIXO )  é óbvia. Mas, ainda assim, me divirto, revivendo as

sextas-feiras de outrora. A sala silenciosa, os três fiéis telespectadores

prendendo a respiração a cada aviso de ' Perigo ! Perigo ! ' .

Hoje assisto no

monitor do computador, num site dedicado a antiguidades. Reservo o final da

tarde de sexta. Basta começar, com a tradicional frase '...na semana passada,

como bem recordam...' ,

e me transporto para nossa sala na rua do Seminário,

ocupando uma das confortáveis poltronas, vidrado no velho Semp preto-e-

branco ( ABAIXO ) , de vez em quando precisando ajustar a imagem que insistia em correr

pros lados ou na vertical.

Hoje assisto, desde a segunda temporada, em cores.

Detalhe: ainda que deteste ver filmes dublados, as séries eu faço questão de

assistir do jeito que via na época, o Smith sendo dublado pelo inesquecível

Borges de Barros ( ABAIXO - o Mendigo da velha ' Praça ' , lembra ? ).


Pra completar o clima de outrora, só falta ter por perto um copão de capilé ( ABAIXO ) . Era

o que mais gostava para ajudar a digestão, após uma janta com ovo frito,

linguiça e pão. Aliás, outra boa dica pra reviver outrora agora.

Ovo, linguiça e

pão encontram-se facilmente; claro que não é o mesmo ovo que acabávamos

de retirar debaixo da galinha, o pão que a baba fazia no forno de tijolo e a

linguiça fresquinha da venda do Evaldo Treml.

Adaptemo-nos, ora. E vivamos o

outrora, agora. "

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