quinta-feira, 17 de março de 2016

Que Situação !

Agora pedimos para você pense em vários tipos de situações desagradáveis ........Já pensou ? É , a lista é enorme e agora vamos a algumas dessas situações : uma consulta ao dentista e a sua temível broca , um ônibus lotado , aquela pessoa "mala " e tagarela que senta justamento ao seu lado e ainda por cima adora contar vantagens , aquela situação em que não deu pra controlar e você acabou soltando um senhor pum em uma ambiente cheio de pessoas , aquele " fora " humilhante e desmoralizante que você levou de quem estava a fim , aquele parente indesejável que sem o menor aviso ou cerimônia chega de repente em sua casa , aquela ocasião em que seus filhos choraram , gritaram e espernearam por aquele brinquedo que você não tinha condições de comprar.........A essa que essa lista que já é desagradável só ao ser lembrada pode ser acrescentada uma outra situação : UMA FILA NUM BANCO.......Não  saberíamos lhe dizer quando surgiu a primeira fila de banco - e isso nem valeria a pena ser lembrado - mas em relação às instituições bancárias , elas são muito mais antigas do que imaginamos : já há cerca de 5.000 anos  existia na Mesopotâmia , mais especificamente na cidade de URUK ( atual Iraque ) algo semelhante a um edifício bancário . E quem foi o primeiro banqueiro da história ? Foi - não ria ! - um DEUS.......pelo menos era isso o que diziam os SACERDOTES responsáveis por gerir tal instituição . Como não existiam moedas utilizavam-se produtos em espécie , com tijolinhos de argila sendo uma espécie de recibo de depósito . As operações "bancárias " só foram regulamentadas cerca de 1.400 anos mais tarde pelo famoso rei babilônico HAMURÁBI ( 1792 a . C - 1750 a . C ) , que estabeleceu as MEDIDAS DE CEVADA como padrão para as trocas . Curiosamente a lei 204 do famoso CÓDIGO DE HAMURÁBI determinava o seguinte : " Se um homem comum dá um tapa no rosto de outro , deve pagar 10 siclos de prata como reparação "........
       Na verdade o BANCO , como conhecemos hoje , só surgiu no período medieval , mais especificamente entre os séculos 12 e 13 , na cidade de SIENA , atual Itália : a cidade tinha uma posição estratégica privilegiadíssima pois localizava-se às margens de uma estrada que ligava a França à cidade de Roma , tornando-se um importantíssimo centro comercial e financeiro europeu . Ao contrário do que se pensa a palavra BANCO não veio dos utensílios onde os negociantes , ou CAMBISTAS , se sentavam mas sim da mesa onde realizadas as operações financeiras e o primeiro grande banco privado pertenceu à família PICCOLOMINI , também da cidade Siena . Com certeza em épocas de "vacas magras " e de crise você ouviu muitas vezes a palavra BANCARROTA : ela tem origem no italiano BANCO ROTTO , ou "banco quebrado " . Há quem afirme ainda que o Banco não surgiu em Siena mas sim em Veneza no ano de 1157 (essa instituição bancária acabou sendo destruída durante uma invasão francesa em 1797 ) ........Independente da sua origem , uma fila de banco pode não significar muita incomodação mas sim uma história hilária ! Ler uma crônica de HILTON GORRESSEN é um investimento seguro : trata-se de certeza de BOAS RISADAS .......CONFIRA :

"Isso ocorreu numa fila de banco.

O sujeitinho magro e tímido

estava na espera, nervoso – fila de segunda-feira depois de feriadão.

À

sua frente, uma senhora de cabelos pintados tricotava um casaquinho

para o neto, ponto pra cá, ponto pra lá ;

 uma jovem parecendo acostumada

à espera em filas mascava despreocupadamente seu chiclete ;

 um office

boy ( ABAIXO ) abraçava uma imensa pasta com documentos saindo por todos os

lados ( é preciso esclarecer que isso acontecia numa época pré-celular ).


Aí apareceu o grandalhão.

O grandalhão, de calça jeans, tênis

tamanho 44, olhou para o magrinho, teve um brilho nos olhos, e veio

com os braços abertos :

– Cuscus ! É você, meu amigo ?

Aliás, ele pronunciava ' cuxcux ' , com acento açoriano. Parecia do

tipo grude, daquele que faz questão de falar para todos ouvirem.

 O

magrinho se encolheu todo, ainda não sabia se era com ele mesmo.

– Dá cá um abraço, Cuxcux !

E veio com tudo, agarrou o magrinho firme,

 o qual falou num fio de

– O senhor deve estar enganado. Está achando que sou outra

pessoa.

O pessoal da fila, sem nada mais que fazer, começou a prestar

atenção no lance.

 E o grandão dizia :

– Que é isso, Cuxcux ? Deixa de frexcura. Então tu não lembras de

mim, o Tijucano ? O Tijucano, pô ! ( ABAIXO , VISTA AÉREA DA CIDADE DE TIJUCAS )

A gente se conhece dexde os tempos

do 13, demos baixa juntox. Um não desgrudava do outro. Quantas

vezes dormimos juntox.


Na fila ouviu-se um ahá !

O magrinho quase morria de vergonha.


– Tu eras um ' demonho ' , Cuxcux. Quem te vê aí todo quietinho,

não diz. Lembra do dia em que ' tirasse '  toda a roupa na boate Bambu ( ABAIXO ) e

' dançasse '  em cima da mesa ? Tinha uns caras que queriam te agarrar,

pensaram que tu eras frexco.


O rapaz escutava sem jeito, não tinha coragem de olhar para o

pessoal em redor. No silêncio peculiar da fila, as palavras do grandão

enchiam o ambiente. O gerente, lá de sua mesa ( ABAIXO ) , espichou a cabeça.

 O

magrinho torceu para que o gerente viesse pedir silêncio. Que mandasse

o guarda retirar aquele indivíduo do recinto. Mas só repetia baixinho: o

senhor está enganado, o senhor está enganado.


Depois de um tempo, o grandão ( ABAIXO ) finalmente falou :

– Pois é, Cuxcux, tenho de ir embora, resolver alguns pepinox. Mas

estou por aí, um dia a gente se encontra pra relembrar os bonx tempox.

Valeu ?


O sujeito ficou aliviado. Puxa, que sufoco ! Já não bastava ter de

esperar na fila , ainda aguentar um maluco desses ? Vai ver estava tirando

sarro da minha cara.


Nesse momento a moça do caixa ( ABAIXO ) chamou :

     – É sua vez, senhor Cuscus ! "

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