quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Meu Barbeiro

Agora imagine 3 belas mulheres : a sensualidade maliciosa da francesa BRIGITE BARDOT , a atraente atriz norte-americana KIM BASSINGER , estrela principal de um dos clássicos da década de 80 ( NOVE E MEIA SEMANAS DE AMOR ) e a deslumbrante VERA FISCHER , coma sua beleza germânico-brasileira made in Blumenau ........Só que em vez daquelas belas madeixas douradas não há um só fio de cabelo na cabeça delas.......Que imagem bizarra , não ? Agora experimente encontrar alguma imperfeição no cabelo daquela pessoa bem narcisista , vaidosa ......com certeza ela ficará um bom tempo sem conversar com você ! Existem inúmeros fatos curiosos , surpreendentes e até bizarros envolvendo essa que é uma das partes mais cultuadas e valorizadas de nosso corpo  e que de certa maneira não deixa de ser uma extensão de nosso rosto . Eis algumas delas : Você sabia que , por exemplo , temos em nosso couro cabeludo entre 120.000 e 150.000 fios de cabelo ? Cada fio de cabelo tem vida útil de 3 anos e o cabelo cresce em média 20 centímetros por ano ( 1,2 centímetro por mês ) , só que há um detalhe : caso não seja cortado , esse crescimento pode ser bem maior , entre 61 e 91 centímetros em um ano . Um cabelo pode aguentar um objeto com até 80 quilos , já uma trança aguenta entre 200 e 300 quilos ( !!!! ) Essa é , principalmente , para as mulheres : em cada olho há cerca de 200 cílios e sua vida útil é entre 90 e 150 dias . A tão desagradável calvície masculina (problema que o pobre escriba , autor deste texto , enfrenta desde os 17 anos ......) é gerada pelo hormônio masculino , a TESTOSTERONA , que estimula a secreção da glândula sebácea do fio de cabelo `a qual está ligado , provocando a sua queda . Os antigos egípcios enfrentavam esse desagradável problema de uma maneira curiosa : aplicavam ao couro cabeludo uma mistura de gordura de tigre , jacaré , hipopótamo , cabrito e cobra (!!!!! ) . Já o poderoso imperador romano JÚLIO CÉSAR ( 100 a.C - 44 a.C ) fazia algo mais esquisito : usava uma fórmula que misturava dente de cavalo , gordura de urso , vísceras de veado e ratos queimados ( eca ! ).......Os cabelos da  indiana MATA JAGDAMBA chegaram a medir 4,23 metros  ( !!!!! )  , a barba do norueguês HANS LANGSETH ( 1846-1927 ) media 5,33 metros por ocasião de sua morte ( !!!!!! ) e o indiano SALIAN RAMJI SAIN ( sempre um indiano......) teve um bigode  que entre 1976 e 1993 mediu 3,39 metros ......Já que o assunto é barba , cabelo e bigode , nada melhor do que um barbeiro ! Depois do jornalista e contador de histórias ROBERTO SZABUNIA é a vez do escritor " são chiquense "  HILTON GORRESEN homenagear essa figura tão popular e cujo dia foi celebrado no último 6 de setembro . CONFIRA :



" Em sua última crônica neste espaço, o colega Zsabunia ( ABAIXO )



fez homenagem



ao dia do barbeiro, ocorrido em 6 de setembro. Para mim ( ABAIXO , HILTON GORESSEN ) , não há melhor



homenagem do que levar ao seu estabelecimento minhas ralas madeixas e



colaborar, assim, com seu ganho diário nesta época de vacas magras.

  



      Dizem que é uma classe em extinção, o velho e bom barbeiro.



Muitos



deles insistem há anos no mesmo tipo de corte. Não abrem mão da estimada



navalha para os arremates em redor da orelha do freguês.



 No balcão, em



frente ao espelho, a indispensável Água Velva.



 Na parede, quadros com



fotos de seu time de futebol em dias de glória.( ABAIXO , SELEÇÃO BRASILEIRA DE 1970 )



 Meu barbeiro é um



profissional da velha guarda, detesta que o comparem com cabeleireiro.



      A barbearia é um dos últimos redutos do machismo,



local onde se pode



discutir futebol, ouvir anedotas picantes, as últimas fofocas e falar sobre



mulheres, sem a interferência da classe oposta, essa mesma que serve de



assunto.



      Toda barbearia tem um personagem de presença constante: é aquele



sujeito que vai diariamente ali para matar tempo, jogar conversa fora.





Aboleta-se sem cerimônia numa das cadeiras



 e, como figurinha manjada da



casa, rebate as provocações do fígaro (não, não se trata do gato do Pinóquio,



mas do famoso barbeiro de Sevilha), dando à conversa um jeito de ' desafio '



nordestino, um procurando ridicularizar o outro diante da plateia. Os



assuntos vão desde a incompetência sexual, os problemas da idade, até a



desastrada atuação do time do adversário.





      Eu e meu barbeiro nos comunicamos muito pouco. Deve ser porque,



devido a outros interesses, não acompanho futebol e não entendo nada de



canários e curiós, ( ABAIXO )



 e ele, por sua vez, não acompanha cinema e literatura.





     Certo dia, me falou indignado, ao mesmo tempo em que virava a



almofadinha de couro sobre a cadeira, ato praticado a cada troca de freguês:



– Viu que espetáculo deprimente ontem à noite?



– É verdade. Acho que o Spielberg ( ABAIXO ) está se repetindo muito.



 Bom mesmo



era o John Ford ( ABAIXO ) – falei, entre sério e provocador.

 



– Que nada! Bom era o Esquerdinha. Tinha raça. Jogava por amor à



camisa.





    Em um cabeleireiro unissex a conversa seria diferente.



 O espetáculo



deprimente poderia ser a apresentação de balé



 ou o concurso de miss,



 em



que os penteados foram feitos por um seu rival.



    Ir à barbearia é um ato de higiene mental.



 Não é para os apressados e sim



para quem deseja dar uma parada, esquecer os problemas e a luta pela vida. "


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