terça-feira, 23 de junho de 2015

O Último Passeio

Você já imaginou viver 250 , até 300 anos ? A vida seria bem chata , não é verdade ? Mas para ele , com certeza , não .......A começar pela sua imensa fortuna : ao morrer era o homem mais rico dos Estados Unidos ! O alemão JOHANN JACOB ASTOR ( 1763-1848 ) era aquele caso de pessoa que se deu muito bem na vida : na época em que imigrou , 1786 , o que hoje chamamos de Estados Unidos não passava de uma até certo ponto confusa confederação de 13 ex-colônias britânicas recém independentes . Astor logo percebeu um dos caminhos para enriquecer era trabalhar com um dos poucos produtos lucrativos ali encontrados , ou seja trabalhar com o COMÉRCIO DE PELES DE ANIMAIS . Em 1811 fundou uma grande empresa desse setor e na mesma época criou uma pequena cidade , chamada de FORT ASTORIA  , em território então pertencente ao Reino Unido , às margens do rio Colúmbia e próxima do oceano Pacífico . Um pouco antes disso , ainda no século 18 , fez um investimento um tanto arriscado : investiu uma pequena quantia em uma então quase despovoada região da cidade de NOVA IORQUE , onde já havia um pequeno povoado com o nome de HALLETT ´S  COVE .

   Se ainda vivesse teria orgulho do dinheiro que investiu : a região é hoje um bairro , ASTÓRIA , e faz parte do distrito de QUEENS , um dos 5 que formam o município de Nova Iorque ( os demais são BRONX , BROOKLYN , MANHATTAN ,e STATEN ISLAND ) . O bairro , indo de metrô , fica a menos de 20 minutos do centro de Nova Iorque e tem como uma de suas marcas registradas a diversidade étnica : ao longo dos séculos 19 e 20 para lá se dirigiram imigrantes irlandeses , alemães , italianos , gregos ( que acabaram sendo a maioria ) e judeus e nas últimas décadas , albaneses , brasileiros , hispano-americanos , indianos e árabes . Sem prédios e com jeito de cidade do interior , o bairro é um dos menos conhecidos dos turistas , é um dos pontos de concentração de imigrantes brasileiros em Nova Iorque , apresenta uma quantidade variada e enorme de restaurantes e já foi cenário de inúmeros filmes e seriados . Nele também está localizada a fábrica da tradicional marca de pianos STEINWAY e a ponte HELL GATE BRIDGE , com 316 metros de extensão e que a princípio servia para ligar o transporte ferroviário entre as regiões de Astória , Queens e Bronx . No caso de um hipotético desparecimento da espécie humana , seria uma das últimas construções a desparecer : a pone é feita de aço puro . Gostou do passeio ? Pois em instantes tem mais : na crõnica de hoje , o escritor DONALD MALSCHITZKY descreve outras interessantes regiões e curiosidades da colossal Nova Iorque . CONFIRA :

"Não é bem isso , ainda haverá muitos , porque viajar é preciso , o mundo é muito grande para ficarmos só na nossa aldeia , embora seja fundamental voltar para ela . Para não cansar os leitores - desculpem- nos os já cansados - , esta será a última crônica tendo Nova Iorque ( ABAIXO )  como tema central . Ouvi algum 'ufa ' ?



   ' É muito perigoso andar pelas ruas à esta hora , melhor voltar para o hotel ' . Isso foi por volta das dez da noite , pertinho da Broadway , ( ABAIXO )



 na primeira vez em que pisei na cidade , há 41 anos . Hoje está entre as dez grandes cidades mais seguras do mundo e assim que a gente se sente depois de se acostumar mais coma diversidade geral , portanto , não mude de calçada porque vê alguém com cara de brabo andando em sua direção , é apenas a cara dele .



  Na cidade da competição , construir o prédio mais alto já foi uma obsessão , hoje é apenas ....uma obsessão . Empire State Building ( ABAIXO )



 desbancado pelo World Trade Center , ( ABAIXO )



derrubado pelo fanatismo maluco ( desculpem a redundância ), o novo prédio no lugar , a Freedom Tower ( ABAIXO )



 e , ficando pronto ainda neste ano , o 4-3-2 Park Avenue , aclamado como o mais alto edifício residencial do Ocidente  , com 95 andares . Do terraço de onde escrevo , todos ali , pertinho , dizendo ' Sou Nova York ' . Por falar em terraços , na maioria dos prédios



 são usados como área de lazer , com sofás , mesas , etc....tudo sem cobertura . Rola até um churrasquinho na laje .

  É fácil algar uma bicicleta em um lugar e devolvê-la em outro , bem longe dali , e há ciclovias por tudo .



O metrô funciona muito bem



 e cobre qualquer canto ; para onde não vai , os ônibus estão aí  .



 Mesmo em horários de pico não há superlotação . Se não entender o mapa , dá até para perguntar ao condutor .

  Ao comprar bebida alcoólica em supermercado , não se surpreenda se lhe pedirem a identidade no caixa ; para não terem que adivinhar a idade , pedem documentos a todos . E nem pense em beber em áreas públicas como ruas ou parques .

  Tem praia sim , Coney Island ( ABAIXO ) é pertinho - é mais prático ir de trem -



mas nada a ver com nossas praias : um deck imenso , parque de diversões e a 'Cyclone ' ( ABAIXO ) , uma montanha russa toda de madeira , construída em 1927 e reformada nos anos 70 . Andar nela é o último passo antes de tentar o suicídio .



  Azeites do mundo todo , servidos a granel , sais especiais , lagostas enormes , caranguejos , ostras e almejas fresquinhas para levar ou consumir lá mesmo , especiarias , restaurantes e assim por diante , tudo no térreo de uma antiga fábrica de biscoitos : Chelsea Market ( ABAIXO ) , no início da Nona Avenida co a Rua 16 . Para passar algumas horas se deliciando .



  Numa parte da Greenpoint ( ABAIXO )  , em Brooklyn , fala-se mais polonês do que inglês , lugar para degustar uma saborosa comida polonesa a preços convidativos .



Em Astoria ( ABAIXO ) , outro bairro do Brooklyn ( NOTA DO BLOG : na verdade do Queens ) , a pedida é comida grega . O lugar pulula de brasileiros .



  É impossível escrever tudo sobre uma grande cidade ,



 fica sempre faltando quase tudo ; espero , todavia , neste passeio , ter deixado algo da alma desta aqui . No fim de semana , de volta para minha aldeia , o que é muito bom . "


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