quinta-feira, 5 de março de 2015

Eta , Corretor Burrinho !

Ele era a típica pessoa inquieta : era ao mesmo tempo matemático , economista , filósofo e escritor . Também era uma fábrica de ideias : criou o velocímetro , o limpa-trilhos das locomotivas e as primeiras tabelas exatas de expectativa de vida . Esse era o inglês CHARLES BABAGGE ( 1791-1871 ) , que logo percebeu que seus cálculos matemáticos precisavam mais do que um cérebro brilhante : precisavam de uma máquina que os fizesse de maneira rápida e exata . Entre 1821 e 1849 o genial inglês chegou a planejar duas imensas máquinas para isso ( uma delas só foi construída em 1991 , por iniciativa de cientistas do MUSEU DE CIÊNCIAS DE LONDRES ) mas aquele que foi seu melhor invento foi criado em 1834 : era uma máquina que levava o nome de MECANISMO ANALÍTICO e foi criada para realizar operações algébricas . Tinha circuitos lógicos ; memória , armazenagem e recuperação de dados e também podia ser programada . A função de programar essa tão avançada máquina coube a escritora e matemática AUGUSTA ADA KING , a condessa de Lovelace , que também criou algo interessante : um programa que deveria ser escrito por uma agulha em um cartão . ALGUMA SEMELHANÇA DESSA MÁQUINA COM O COMPUTADOR ? Porém o ano de 1946 é considerado a data do surgimento do primeiro computador moderno , embora ele fosse completamente diferente do que conhecemos hoje como computador . Tinha o nome de ENIAC ( sigla em inglês para Computador e Integrador Numérico Eletrônico ) , ocupava um espaço de 93 metros quadrados , tinha uma altura equivalente a um prédio de 2 andares , pesava 30 toneladas e era movido por nada menos que 17.486 válvulas !

    Essa gigantesca máquina foi criada por um dupla norte-americana : o engenheiro elétrico JOHN ECKERT JÚNIOR ( 1919-1995 ) e o físico JOHN MAUCHLY ( 1907-1980 ) . A máquina foi criada com objetivo militar : a sua criação contou coma participação do LABORATÓRIO DE PESQUISAS DO EXÉRCITO NORTE-AMERICANO e seu objetivo era calcular tabelas de artilharia . Haviam dois poréns : a máquina errava muitos cálculos e quebrava com facilidade . O fato é que esse monstrengo acabou dando origem aos atuais computadores , inclusive este que você está usando neste exato momento para ler esse mal escrito texto ..........Como serão os computadores do futuro ? Pensarão e falarão como os humanos ? O computador do escritor HILTON GORRESEN já chegou lá , ou melhor , quase lá......A crônica de hoje é mais uma das impagáveis histórias do escritor são chiquense . CONFIRA :

"Existe coisa mais burrinha do que corretor automático ? Esse belo aplicativo chama Vera Fischer de ' Vera Pescador '



 e a famosa Baker Street , refúgio do detetive Sherlock Holmes , de Rua do Padeiro . Não pode ser bom da cabeça ........

   Mas existe outro aparato que não fica muito atrás : o corretor ortográfico . E para ficar bem claro aos que têm receio até de passar perto de um computador e não confundirem com corretor de imóveis



 ou corretor da Bolsa de Valores , esclareço que se trata de um aplicativo instalado no editor de texto que aponta quando redigimos um termo que ele considera errado ou mesmo indecente . Deu pra entender ? ( o desgramado já sublinhou a palavra 'deu' ) .

    Há muita gente que precisa desesperadamente dele , mas às vezes não se deve levá-lo muito à sério , especialmente quando resolve ser educadinho .



    Em minha crônica da semana passada , reproduzi um trecho de uma saudosa marchinha de Carnaval ' oi trepa no coqueiro , tira coco ' . Pois o indigitado corretor queria porque queria que eu mudasse o trecho para ' oi , faz amor no coqueiro  tira coco ' .



 Cabecinha suja , não ?

    Estou desconfiado que o tal corretor tem a ver com o Joãozinho das anedotas ,



 que vê indecência em tudo que se fala ou escreve . Pra ele ( Joãozinho ) , numa de suas anedotas , até o conjunto de figuras de teste psicológico é um livro de sacanagem .

    Agora veja : quando redigi ' o boiadeiro toca gado para o curral ' , o educadinho disse , não , negativo : ' o boiadeiro estou defecado para o curral ' .



 E não lhe importa se a frase nem faz sentido (se neste texto houver palavras inconvenientes , leitor , culpe o malfadado corretor ortográfico , ele é que tem a cabeça suja ) . E o pior , em outro conto , escrevi ' o sino repica três vezes ' . Ele não deixou por menos : ' o sino repênis três vezes ' .



    Quando , num trabalho técnico , redigi ' o parelho em questão computa todos os erros ' , ele corrigiu para ' o aparelho em questão com prostituta todos os erros ' .



 Num rascunho para postar em meu face escrevi 'Foi Dida



 a indicada para o cargo ' , e ele replicou : não senhor , nada disso , o correto é ' estruipada e indicada para o cargo ' ( assim mesmo : estruipada ) . Numa das crônicas , até meio otimista , tasquei : ' Neste país a falta de vergonha abunda ' . Pra quê ? Levei tremenda reprimenda ( até que rimou !) . Alto lá , cronista de meia tigela , escreva : ' Neste país a falta de vergonha a nádega ' . pelo menos concordou com o conteúdo da frase .



     Cuidado ,leitor , quando for redigir algum texto tire as crianças de perto do corretor ortográfico . "


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