terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Só Dirija Depois de Beber

Raras vezes na história floresceram civilizações tão ricas como essa : matemática complexa , podendo as somas chegar a centenas de milhões de unidades ; uma bela produção artística , quase que toda voltada a motivos religiosos e a glorificações de reis e imperadores ; uma arquitetura eficiente , caracterizada pelos monumentais edifícios religiosos e governamentais e pelo uso de poucos recursos ( desconheciam as ferramentas de metal , roldanas e veículos de rodas ) ; um conceito de urbanismo avançado e que  privilegiava os grandes locais de concentração e convivência pública , representados por espaçosas praças públicas ; uma complexa escrita hierógrifa ( único sistema de escrita que existia na América antes da chegada dos conquistadores europeus )  ; uma avançada astronomia , com pontos de observação astronômicos , avançados estudos do Universo e um calendário mais exato que o gregoriano , que atualmente seguimos  ; ricas e imponentes  cidades como CHICHEN ITZÁ  , PALEMQUE , COBA COPÁN  e EL CARACOL e ainda um intenso comércio , inclusive com nações indígenas de outras regiões como os taínos do Caribe  e os indígenas do atual Panamá , e que envolvia produtos como conchas , jade , tecidos , cacau (que era usado como moeda ) e sal ..........essa foi a esplendorosa CIVILIZAÇÃO MAIA , que se estendia pelos atuais México , Belize , Honduras , Guatemala e El Salvador . Curiosamente , na época da chegada dos conquistadores espanhóis , essa civilização já estava em decadência .........

  Vários motivos , como a ausência de um poder central , uma suposta invasão estrangeira , conflitos internos e grandes epidemias  são apontados para explicar a decadência maia  mas ultimamente uma tese vem ganhando corpo entre historiadores , arqueólogos  e demais cientistas : a da degradação ambiental . Desmatando extensas quantidades de florestas e usando de primitivos métodos de irrigação e das incorretas e degradantes queimadas  , entre o ano 800 e 950 uma sequência de grandes períodos de seca teriam posto em xeque  a outrora rica e complexa civilização maia .........Como é sabido , os estados de São Paulo , Minas Gerais , Rio de Janeiro e Espirito Santo vem sofrendo desde o ano um prolongado e angustiante problema de falta de água , em parte por falta de planejamento e competência política e em parte por falta de chuvas  . A falta de água não apenas nesses como também em várias partes do mundo aliada a desastres e fenômenos naturais cada vez mais intensos  como  furacões , maremotos , enchentes e calor acima do tolerável , até mesmo na época do verão , são um grande alerta : SOMOS APENAS HÓSPEDES DA TERRA E COM MÃE NATUREZA NÃO SE MEXE . Os danos causados pela espécie humana podem prejudicar o planeta mas não destruí-lo  e podem , sim , causar o desaparecimento da própria espécie humana ! É o que nos lembra também a pertinente crônica de hoje  , de autoria do jornalista ROBERTO SZABUNIA . CONFIRA :

"  Qué qui há , velhinho ? - diria o orelhudo e dentuço Pernalonga



 ao ler o título desta crônica . Esse cronista agora tá escrevendo bêbado , pra dar um conselho estúpido desses ?

   Que nada , respondo eu . Só tô aconselhando o leitor e a leitora  portadores de carta de habilitação a ingerir água antes de dirigir . Primeiro , pra não sentir sede durante um trajeto longo , o que leva o cérebro a se concentrar  na vontade de tomar água . Quanto mais você sentir a garganta seca , mais a atenção se desvia do objetivo principal , que é prestar atenção no ato de dirigir



 e tudo que forma sua periferia - o som do motor , os mostradores no painel , o trânsito lá fora , os distraídos , uma bola quicando em direção à rua ........

    E há outro risco : viajando sozinho , você apela pra garrafinha de água gelada .



 Só que ela tá dentro da bolsa térmica , no banco de trás . Nem precisamos imaginar os riscos , né ? Parar nos acostamentos nem pensar . É como atender ao celular , aquela história de 'rapidinho ' . Só que bastam dois segundos de distração para provocar um acidente .



    Então voltamos ao conselho inicial : hidrate-se antes de dirigir .



 Se for só uma saidinha dentro da cidade , tranquilo , um copo basta . Em caso de viagem , nada de comodismo : deu sede , pare o carro , num recuo , no acostamento , ou num posto e beba água  ; numa dessas deu até para um xixizinho básico .



    Prezado leitor , querida leitora . Esses quatro primeiros parágrafos foram apenas um introito para abordar um dos principais assuntos do momento , a crise hídrica na região Sudeste . Cá em plagas sulinas não temos enfrentado o problema. Joinville , então , menos ainda . Dia desses , por sinal , vi duas boas charges ilustrando o calor e a umidade característicos de nossa terrinha . Numa delas , Deus lê o jornal , enquanto ao seu lado o forno está ligado em temperatura altíssima . ' O que assas , ó mestre ? ' - pergunta alguém . Em outra , São Pedro anda sobre o éter , com uma mangueira aberta a todo jato , jorrando água nuvens abaixo . ' O que lavas , ó santo ? ' - é a pergunta . Para ambos  , a resposta é quase a mesma : ' Asso Joinville ' , diz o Senhor ;



 ' Lavo Joinville ' , responde Pedro .



    Assusta-me , ainda que por aqui não tenhamos escassez , o pouco caso que ainda se percebe em relação à água . Gasta-se de montão , sem preocupação com o futuro . Gente , o clima tá meio louco . E se a estiagem se prolongar no Sudeste ? Ou começar a avançar para outras regiões , inclusive a nossa ? Melhor sermos racionais já . Aliás , sempre . Desde os mínimos gestos . Revolta-me ver a mania execrável de jogadores de futebol , que , antes de levar a garrafa de água aos lábios , espirram um tantinho no chão ou molham as mãos .



 Repare , torcedor ou telespectador , no próximo jogo . É uma espécie de superstição ou sei lá o quê . Pô ! É água potável sendo jogada fora  , não importa a quantidade . É um símbolo do desperdício . Ô , professor , chama a atenção deles aí !

    Acabou meu espaço , vou ali tomar um copo d´água e em breve volto ao tema . Até lá ,  muita água ( ou pouca , no Sudeste ) vai rolar . "





   

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