1 - O QUE A FEZ VIR MORAR EM JOINVILLE ?
HELGA - Depois de 38 anos de carreira na indústria resolvi investir no fazer artístico, ansiedade que me acompanhava desde a adolescência. Comecei a visitar a cidade devido a um parente que mudou para cá e encantei-me com o movimento artístico. Na época havia um grupo chamado QUINTAS CONTEMPORÂNEAS que discutia arte e políticas publicas e foi inclusive o grupo que deu os primeiros passos para a criação do Museu Luiz Henrique Schwanke, ( FOTO ABAIXO ) do qual passei a ser sócia-fundadora.
2 - QUAIS FORAM SUAS PRIMEIRAS IMPRESSÕES DA CIDADE ?
HELGA - Logo nas primeiras visitas apaixonei-me pela cidade e suas possibilidades, perto do mar e perto da serra, a limpeza, as flores, tudo.
3 - O QUE A FEZ TROCAR O CAMINHO DE EXECUTIVA BEM SUCEDIDA EM GRANDES EMPRESAS COMO A WOLKSWAGEN PELO INCERTO CAMINHO DA CULTURA NO BRASIL ?
HELGA - Sempre apaixonada por arte, somente na maturidade é que pude fazer a opção de escolher o que queria fazer. A carreira na indústria foi ótima, mas resolvi dar-me a oportunidade de vivenciar o que desejava. Atuei alguns anos como artista fazendo pesquisa em encáustica, em paralelo na diretoria na AAPLAJ ( ABAIXO , GALPÃO DA AAPLAJ , LOCALIZADO NA CIDADELA CULTURAL )
e em 2008 fui convidada para o cargo de coordenadora de desenvolvimento cultural da Fundação Cultural de Joinville. Um pouco antes, em 2006, fiz a produção de algumas oficinas especiais para o Simdec e conheci a Ana Carla Fonseca e a economia criativa que deu-me a oportunidade de aliar os conhecimentos empresariais com os de cultura. Encontrei-me neste conceito e fui aprimorando meus conhecimentos até ser hoje uma especialista no assunto.
4 - COMO VOCÊ DEFINIRIA , EM POUCAS PALAVRAS , A ECONOMIA CRIATIVA ?
HELGA - A Economia criativa é a produção, circulação e demanda da criatividade, do conhecimento e da experiência a partir das singularidades culturais. Na economia formal a nossa meta é dinheiro, lucro. Na economia criativa a meta é valorização dos intangíveis – qualidade de vida, felicidade, bem estar, respeito, etc...sempre levando em conta a cultura , conceituada aqui como tudo o que compõe o indivíduo
5 - PODERIA CITAR EXEMPLOS ?
HELGA - Milhares: Por exemplo , Guaramiranga no Ceará era uma cidadezinha pequena, com poucos habitantes ao pé da serra, refugio de pessoas que não gostavam do carnaval de Fortaleza. Acabou-se formando um grupo de músicos de jazz, que tocavam pelo prazer. A partir de conversas e construções com duas pessoas mais empreendedoras, a cidade acabou crescendo trazendo mais jazzistas, transformando as antigas fazendas de cacau decadentes em pousadas e restaurante e com isso a cidade desenvolveu-se. Esta ¨criatividade¨ que movimentou as ações que chamamos que economia criativa – houve circulação e produção da criatividade em torno de uma meta que trouxe uma demanda – pilares da economia.( ABAIXO , COOPERATIVA DE ARTESÃOS NO PIAUÍ )
6 - EXISTE ECONOMIA CRIATIVA EM JOINVILLE ?
HELGA - Sim, existe..Já há várias empresas aplicando estímulo a criatividade, vários setores criativos se fortalecendo, a gestão cultural antenada e o conceito vai se difundindo.( ABAIXO , HELGA E O MÚSICO E SÓCIO-PROPRIETÁRIO DA TUCUNARÉ , GILBERTO MACHADO , O " FORMIGA " )
7 - O QUE PRECISA MUDAR NO CENÁRIO CULTURAL DA CIDADE ?
HELGA - O Cenário cultural da cidade está bastante movimentado por parte da classe artística , ( ABAIXO , APRESENTAÇÃO DA COMPANHIA TEATRAL JOINVILENSE DIONÍSIOS )
embora ainda não se conscientize do seu potencial dentro da economia criativa. A gestão precisa urgentemente de inovação e o empresariado ( ABAIXO , REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE JOINVILLE - ACIJ ) precisa passar por um processo de conscientização da importância da cultura (no sentido amplo) em seus processos de inovação
8 - POR ÚLTIMO , QUE MENSAGEM GOSTARIA DE DEIXAR AOS LEITORES DO ALAMEDA CULTURAL ?
HELGA - Todas as pessoas, independente da idade, sexo, formação ou condição sócio econômica tem potencial criativo para encontrar soluções alternativas a problemas que enfrentam. A experiência vivencial hoje é bastante valorizada em todos os setores de atuação. Acredite em si e no potencial que cada um tem e saia da caixinha em busca do que te faz feliz. Estar bem é o primeiro passo para a prosperidade.
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