Imagine a seguinte situação : no distante e paradisíaco continente da Oceania ( aonde se situa a Austrália ) existe um animal desconhecido , com um nome esquisito e cujas , pasmem , fezes agora são uma das iguarias mais apreciadas pela elite.......Nojento ? Pois esta é mais uma das divertidas histórias de HILTON GORRESEN , que na crônica de hoje faz uma aventura pelo mundo animal e pelo da gastronomia . CONFIRA :
"Nunca havia pensado em me tornar um preparador de cuchimbas . Mas estava desempregado e li numa revista que era uma profissão do futuro . A cuchimba , para os que nunca ouviram falar , é um animal originário da Oceania ,
tão arisco , que poucos já o haviam visto . Seu nome deriva de um termo do indo-europeu , ' Kuximb' . Nada a ver com o meu antigo colega Zé Cuchimba .
Um cientista inglês
criou um projeto para multiplicar seu número a cada ano e espalhá-las pelo mundo todo . Questão de uns três ou quatro anos . Estimava-se - dizia a revista - que são necessários uns 3.000 especialistas em seu preparo .
E por que isso ? Porque - informa ainda a revista - supõe-se que a cuchimba tem a carne deliciosa . Mas o melhor de tudo são suas fezes .
Esqueçam as trufas , o caviar e outros quitutes aristocráticos ; futuramente nas recepções da sociedade
não poderá faltar cocô de cuchimba . A cotação do caviar irá baixar tanto que é possível que o picadinho de caviar ( FOTO ABAIXO ) se torne a alimentação diária do povão .
Soube que iriam iniciar na faculdade um curso de preparador de cuchimbas . Mas o que interessava era pegar o meu certificado . Talvez mais tarde recebesse de uma dessas universidades no exterior um título de 'doutor honoris causa' em bosta de cuchimba . Por que não ?
A procura pelo curso foi grande . Mas teríamos somente aulas teóricas visto que não conseguiram nenhum animal para os treinamentos . Perguntei ao professor se a cuchimba era animal de patas , de penas ou alguma coisa diferente . Respondeu que não se preocupasse com esses detalhes , que me ativesse à teoria geral das cuchimbas . No mundo acadêmico o que vale são as teorias , quanto mais complicadas , melhor . Após o curso os alunos receberam uma foto do bichinho .
Outra dúvida que me veio foi como seria o preparo do cocô do bichinho . Seria em bolinhas , em pasta , recheios ? Imaginava uma conversa de empregadas domésticas :
- Virge , Creusa , lá na casa da patroa eles comem uma coisa esquisita , parece m.... de cabra .
- Não é isso , menina , parece m..... , mas a dona Gisele falou que é fezes . Uma coisa chique .
Mesmo sem a presença do 'ingrediente' , um chefe de cozinha
já havia elaborado a receita do 'memé de cuchimba á brasileira ' .
O problema era não trocarem o 'memé' da cuchimba pela de cabra .
Infelizmente a experiência do cientista não deu certo . Os ricos vão ter de contentar com o caviar . Mas o curso valeu , um certificado sempre vale alguma coisa , não é mesmo ? "
tão arisco , que poucos já o haviam visto . Seu nome deriva de um termo do indo-europeu , ' Kuximb' . Nada a ver com o meu antigo colega Zé Cuchimba .
Um cientista inglês
criou um projeto para multiplicar seu número a cada ano e espalhá-las pelo mundo todo . Questão de uns três ou quatro anos . Estimava-se - dizia a revista - que são necessários uns 3.000 especialistas em seu preparo .
E por que isso ? Porque - informa ainda a revista - supõe-se que a cuchimba tem a carne deliciosa . Mas o melhor de tudo são suas fezes .
Esqueçam as trufas , o caviar e outros quitutes aristocráticos ; futuramente nas recepções da sociedade
não poderá faltar cocô de cuchimba . A cotação do caviar irá baixar tanto que é possível que o picadinho de caviar ( FOTO ABAIXO ) se torne a alimentação diária do povão .
Soube que iriam iniciar na faculdade um curso de preparador de cuchimbas . Mas o que interessava era pegar o meu certificado . Talvez mais tarde recebesse de uma dessas universidades no exterior um título de 'doutor honoris causa' em bosta de cuchimba . Por que não ?
A procura pelo curso foi grande . Mas teríamos somente aulas teóricas visto que não conseguiram nenhum animal para os treinamentos . Perguntei ao professor se a cuchimba era animal de patas , de penas ou alguma coisa diferente . Respondeu que não se preocupasse com esses detalhes , que me ativesse à teoria geral das cuchimbas . No mundo acadêmico o que vale são as teorias , quanto mais complicadas , melhor . Após o curso os alunos receberam uma foto do bichinho .
Outra dúvida que me veio foi como seria o preparo do cocô do bichinho . Seria em bolinhas , em pasta , recheios ? Imaginava uma conversa de empregadas domésticas :
- Virge , Creusa , lá na casa da patroa eles comem uma coisa esquisita , parece m.... de cabra .
- Não é isso , menina , parece m..... , mas a dona Gisele falou que é fezes . Uma coisa chique .
Mesmo sem a presença do 'ingrediente' , um chefe de cozinha
já havia elaborado a receita do 'memé de cuchimba á brasileira ' .
O problema era não trocarem o 'memé' da cuchimba pela de cabra .
Infelizmente a experiência do cientista não deu certo . Os ricos vão ter de contentar com o caviar . Mas o curso valeu , um certificado sempre vale alguma coisa , não é mesmo ? "
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