sexta-feira, 18 de abril de 2014

Micro Entrevista : NOSSO PADRINHO

Há um ano e seis dias , mais precisamente , em 12 de abril de 2013 , nascia o BLOG ALAMEDA CULTURAL . Nossa primeira postagem foi um texto comentando sobre as falhas da justiça ( ? ) brasileira , mostrando que embora voltado para o setor cultural de Joinville , o novo blog também estava antenado para o que ocorre em outros setores da sociedade . O autor daquele texto é formado em Direito mas não exerce a advocacia . Homem da lei , é agente da Vara da Infância e da Juventude e tem a difícil missão de fazer cumprir a lei em um país em que ela é falha e em que a honestidade está virando artigo de luxo . Apaixonado por História , envolveu-se em vários movimentos sociais . Poeta esporádico , fez parte do extinto grupo de poetas ZARAGATA e tinha o nome artístico de ZÉ OURO , não só por suas belas poesias como por seu caráter e generosidade . Este é nosso padrinho , JOSÉ OLÍMPIO RIBAS DE OLIVEIRA ( FOTO ABAIXO , DE CAMISA AZUL ) , que nesta conversa comenta sobre poesia e um pouco de História . CONFIRA : 1- O QUE O LEVOU A ESCREVER POESIAS ? COMO AS PESSOAS REAGEM À ELAS ? JOSÉ - Sempre fui leitor, predileção por história e por Fernando Pessoa . ( MAIOR POETA DA HISTÓRIA DE PORTUGAL , FOTO ABAIXO ) Escrita para mim é um ramo que brotou da leitura, e não tinha nenhuma ambição de escrever para algum público. Foi minha experiência no grupo Zaragata ( ABAIXO , FOTO DE RUBENS DA CUNHA , LÍDER DO GRUPO ) que motivou a escrever poemas, comecei a participar do Zaragata por amizade e para dividir nossas impressões sobre autores consagrados, dos exercícios literários escrevi poemas que participaram de projetos do Zaragata como a poesia no transporte público nossos poemas percorriam a cidade. 2- COMO SURGIU O GRUPO ZARAGATA ? COMO VOCÊ VÊ O CENÁRIO LITERÁRIO EM JOINVILLE ? JOSÉ - Entrei no Zaragata pela minha amizade com a Dúnia de Freitas, ( FOTO ABAIXO ) a origem do grupo se perde nas brumas da origem do homem. Em Joinville você sempre percebe escritores de talento despontando, mas não creio que tenha surgido algum escritor que venceu a barreira da localidade ainda. 3- COMO DEFINIRIA A PALAVRA POESIA ? JOSÉ - Poesia é ironia. O artista deseja ser um individuo através da sua obra, criar algo original distinto do mundo natural e dos homens e o poeta o faz com a ferramenta mais coletiva mais universal e comum a todo o povo o idioma. Por isso o poeta como outros artistas busca sua individuação quando ele é bem sucedido ele perde sua individualidade para tornar se todo ele um povo, uma nação. 4- MUDANDO DE ASSUNTO , É SABIDO QUE BEM ANTES DE 1851 OS BRASILEIROS DE ORIGEM PORTUGUESA , OU LUSO - BRASILEIROS , JÁ VIVIAM NA REGIÃO . QUAL SERIA A IMPORTÂNCIA DESSA ETNIA PARA AHISTÓRIA DE JOINVILLE ? JOSÉ - No Brasil ser luso brasileiro significa ser pioneiro, não há palmo de terra do Brasil que não tenha sido desbravado pelo luso brasileiro. ( ABAIXO , MAPA DO BRASIL NO SÉCULO 16 E GRAVURA DE ENGENHO DE AÇÚCAR NO PERÍODO COLONIAL ) Não é uma afirmação etnocêntrica, é fato que nossos irmãos indígenas já estavam aqui. Mas o indígena é o pioneiro do Brasil enquanto entidade geográfica, o Brasil entidade geopolítica encontra seu desbravador e fundador no luso brasileiro, representante da coroa lusa no período colonial e da coroa imperial após 1822. No caso da aurora de Joinville, os luso brasileiros contribuíram para o bem de todos, luso ou teuto brasileiros ( DESCENDENTES DE ALEMÃES ), brancos ou não brancos. O capital trazido com empresários ; políticos de São Francisco do Sul que aqui se estabeleceram permitiram o primeiro grande ciclo econômico, o da erva mate, a base do desenvolvimento industrial e comercial da cidade. ( ABAIXO , FOTOS DO ANTIGO PORTO DE JOINVILLE , LOCAL POR ONDE ERA ESCOADO O PRODUTO E EM CUJAS PROXIMIDADES CONCENTRAVAM -SE AS EMPRESAS ERVATEIRAS E A ELITE LUSA ) Essa elite luso brasileira na esfera politica investiu no desenvolvimento urbano da cidade. ( ABAIXO , FOTO DE PROCÓPIO GOMES DE OLIVEIRA , PREFEITO DE JOINVILLE ENTRE 1903 E 1907 E DE 1911 A 1915 . DURANTE SUAS GESTÕES FORAM CONSTRUÍDOS O HOSPITAL SÃO JOSÉ , O MERCADO PÚBLICO E FEITAS VÁRIAS MELHORIAS URBANAS ) A historiadora Rachel Santiago ( FOTO ABAIXO ) tem uma obra muito significativa sobre a contribuição luso brasileira à história joinvillense. 5- POR ÚLTIMO , QUE MENSAGEM DEIXARIA AOS LEITORES DO ALAMEDA CULTURAL ? JOSÉ - Duas mensagens, fé no Brasil e no seu projeto de humanidade multiracial e pluralista, sem descuidar do nacionalismo brasileiro como expressão de justiça não de xenofobia ou imperialismo. E leiam o Alameda Cultural.

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