quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Um pouco de polêmica: Defendendo o indefensável

Todos os anos a ONU divulga uma lista com todos os países do mundo,com seus respectivos IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano).O IDH leva em conta 3 fatores:educação,renda e expectativa de vida ao nascer.Entre os 30 primeiros colocados da lista sempre aparecem países como SUÉCIA,FINLÃNDIA,NORUEGA,JAPÃO E CORÉIA DO SUL.Eles fizeram o que é óbvio:INVESTIRAM PESADO EM EDUCAÇÃO,POIS SÓ ATRAVÉS DELA É QUE UMA NAÇÃO ENTRA NO CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO!Outro detalhe:NENHUM DESSES 30 PAÍSES É UMA DITADURA! Comentar sobre a nada saudosa ditadura militar no Brasil exigiria um texto imenso e complexo,o que no momento não é nossa intenção,e embora tenha deixado de existir em 1985 ela deixou muitos saudosos(!),entre eles o polêmico jornalista LUIZ CARLOS PRATES9FOTO ABAIXO).No vídeo de hoje ele elogia um certo general-presidente que chegou a dizer pérolas como:"ME ENVAIDEÇO DE SER GROSSO"(DECLARAÇÃO QUE EM PAÍS TÃO CARENTE DE EDUCAÇÃO,COMO O BRASIL,CHEGA A SER CRIMINOSA)e "PREFIRO O CHEIRO DO MEU CAVALO AO CHEIRO DO POVO".Um sujeito como esse,assim como os demais generais-presidentes, merece ser lembrado?ASSISTA O VÍDEO E DÊ SEU VEREDITO!

Saudades da Ditadura Militar.wmv

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Feira do Livro 2014

A matéria foi publicada no jornal NOTÍCIAS DO DIA na última segunda-feira(28 de outubro)e o ALAMEDA CULTURAL não poderia deixar passar batido....Depois de 10 anos de existência(surgiu em 2004)no ano que vem a já tradicional FEIRA DO LIVRO ganhará cara nova e se tornará cada vez mais próxima da comunidade,além disso contará com a presença de um verdadeiro "time de feras" formado por escritores como JOSÉ ROBERTO TORERO,PEDRO BANDEIRA e a portuguesa MARIA JOSÉ GARCIA SOTTOMAYOR.Iniciativas como essa são sempre louváveis e contribuem para levar mais CULTURA E EDUCAÇÃO a um povo,infelizmente,tão carente delas.A seguir a matéria,escrita pelo jornalista ALEXANDRFE PERGER.CONFIRA: "Após uma década de crescimento, chegou a hora de a FEIRA DO LIVRO DE JOINVILLE (FOTOS ABAIXO) dar um passo maior, deixando de ser apenas um evento e abraçando a comunidade durante o ano. Esse salto será dado a partir do ano que vem , na 11ª edição, lançada na manhã desta segunda (28), com a presença da nova curadora, a professora e escritora mineira Maria Antonieta Cunha(FOTO ABAIXO,DE BLUSA CLARA). Entre os dias 4 e 13 de abril de 2014, com o tema 'O Prazer da Leitura', a feira ocupará três ambientes do Centreventos Cau Hansen: Expocentro Edmundo Doubrawa, Centro de Convenções Alfredo Salfer e Teatro Juarez Machado. Para este ano, o orçamento passou de R$ 600.000 para R$ 500.000. Aprovada Lei Rouanet, a verba ainda precisa ser captada junto a empresários que queiram patrocinar o evento e abater o montante dos impostos. Nesse salto a ser dado com a próxima edição, a Feira do Livro de Joinville passará a assumir ainda mais o papel de formar leitores e envolver a cidade em torno do clima da literatura. 'Qualquer um de nós pode se tornar um leitor mais qualificado', diz Maria Antonieta, que salienta a importância do prazer durante a leitura. CONCURSOS: No dia 15 de novembro, serão lançados três concursos que devem movimentar os preparativos da feira. Um deles é de criação, o Prêmio Joinville de Literatura, destinado a textos inéditos, com categorias adulto e infanto-juvenil. Os vencedor terá o livro publicado. Outro concurso é para leitores, com quatro categorias: universitários, de 1ª a 4ª séries, 5ª ao 9º ano e ensino médio. Ainda terá outro para os mediadores de leitura. Todos os prêmios serão entregues na abertura da feira. DIVERSIDADE DE ESCRITORES: O trabalho de escolha dos grandes escritores que virão a Joinville durante a feira ficou nas mãos de Maria Antonieta. Ela explica que a ideia era formar uma lista com bastante diversidade, de estilos, opiniões, experiências e também de lugares diferentes, apresentando o que o Brasil vem produzindo, dando uma mostra mais ampla. O principal objetivo era trazer autores que, segundo a curadora, abrir os horizontes da leitura na cidade, apresentando novas possibilidades de trabalhos para os profissionais da literatura em Joinville. “Queríamos alinhavar para que não ficassem falas soltas”, diz. OS ESCRITORES Autora portuguesa entre os nomes confirmados ANA MARIA MACHADO(FOTO ABAIXO) - Presidente da Academia Brasileira de Letras. Mais de 40 anos dedicados à literatura, mais de 100 livros publicados no Brasil e em mais de 18 países, somando cerca de 20 milhões de exemplares vendidos PEDRO BANDEIRA(FOTO ABAIXO)- Escritor de livros infanto-juvenis mais vendidos no Brasil. Mais de 80 títulos publicados e vencedor de diversos prêmios na área da literatura, dentre os quais o Prêmio Jabuti concedido pela Câmara Brasileira do Livro em 1986, e a Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas da cidade de Santos, em 2013. Destacou-se com a obra 'A droga da obediência', entre outras. ELISA LUCINDA(FOTO ABAIXO) - Poeta, atriz, jornalista, cantora, fundadora da Casa-Poema, instituição sócio-educativa. Além de conhecida por seus inúmeros espetáculos e recitais em empresas, teatros e escolas de todo o Brasil, Lucinda conquistou reconhecimento por sua atuação na tele dramaturgia em trabalhos como na novela Mulheres apaixonadas, Páginas da vida, Insensato Coração e Aquele Beijo, entre outras produções. MARIA JOSÉ GARCIA SOTTOMAYOR ROSA E SILVA – Escritora portuguesa, especialista em literatura infanto-juvenil, autora de artigos e críticas publicadas em jornais e revistas portuguesas e em outros países sobre literatura para crianças e jovens. Há 19 anos é membro do comitê internacional da Bienal de Bratislava, capital da Eslováquia. STELLA MARIS RESENDE(FOTO ABAIXO) - Mestre em literatura brasileira, escritora e atriz. Tem dezenas de livros publicados entre romances, crônicas, contos e poemas para o público adulto e infanto-juvenil. Recebeu prêmios importantes como o Prêmio Nacional de Literatura João de Barro em 1986, 2011 e 2008; Bienal Nestlé 1988; os 100 Melhores Livros do Século XX/PNBE/MEC; Prêmio Fundação Biblioteca Nacional 2007; Literatura Para Todos, categoria contos/MEC 2008; Jabuti 2011 – Melhor Livro Juvenil e Jabuti 2012 – O livro do ano de ficção. JOSÉ ROBERTO TORERO(FOTO ABAIXO)- Escritor, cineasta, roteirista, jornalista e colunista de esportes. É autor de diversos livros como 'O Chalaça', vencedor do Prêmio Jabuti 1995. VERA MARIA TIETZMANN(FOTO ABAIXO) - Professora titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás possui diversas publicações críticas nas quais se incluem ensaios e organização de antologias, seletas e obras coletivas de crítica literária, além de obras de referência específicas sobre literatura infantil. Pela Editora RHJ publicou Leitura literária & outras leituras: impasses e alternativas no trabalho do professor. CARLOS AUGUSTO NOVAIS - Filósofo, mestre e doutor em Letras, professor e pesquisador do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Federal de minas Gerais – UFMG. RONALDO C. BRITTO - Dramaturgo e escritor de livros e contos, desenvolveu pesquisas e escreveu diversos textos sobre a literatura oral e brinquedos de tradução popular. LUCÍLIA GARCEZ(FOTO ABAIXO) - Doutora em Linguística Aplicada e mestre em Literatura. Foi professora de Letras da UnB e estagiou na Universidade de Lisboa. Autora da obra "Técnica de redação" (Martins Fontes, 2001) e recebeu os prêmios UnB 30 anos - Obra de arte e literatura, em 1992; e a menção honrosa e publicação no Concurso Nacional: Revelação Feminina do Prêmio Cora Coralina de Contos (1986), promovido pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. CAIO RITTER(FOTO ABAIXO)- Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e licenciado em Letras - Língua Portuguesa e Literatura pela Faculdade Porto-alegrense de Educação, Ciências e Letras; mestre e doutor em literatura brasileira pela UFRS. LIGIA CADEMARTORI(FOTO ABAIXO) - Crítica literária, defendeu tese de doutorado sobre imagem poética e poesia. Já integrou comissões de jurados de prêmios literários como o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, mais importante distinção da literatura nacional. RICARDO AZEVEDO(FOTO ABAIXO) - Escritor e ilustrador, autor de mais de 80 livros para crianças e jovens, muitos deles premiados. Mestre em Letras, tem livros publicados na Alemanha, Portugal, México e Holanda. JOEL RUFINO(FOTO ABAIXO) - Historiador, professor e escritor, é um dos nomes de referência sobre cultura africana no Brasil. Doutor em comunicação e cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde lecionou literatura, tem como escritor extensa obra literária publicada, incluindo livros infantis, didáticos, paradidáticos e de outros gêneros. Trabalhou como colaborador nas minisséries 'Abolição', de Walter Avancini, produção da Rede Globo de 22 a 25 de novembro de 1988 e 'República', de 14 a 17 de novembro de 1989. Conquistou diversas vezes o Prêmio Jabuti de Literatura. LEO CUNHA(FOTO ABAIXO) - Escritor, tradutor e jornalista. Publicou mais de 40 livros infantis e juvenis, livros de crônicas e diversas traduções. Recebeu alguns dos principais prêmios brasileiros voltados para a literatura infantil, como Prêmio Nestlé, Jabuti, João de Barro, Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil, Concurso de Histórias Infantis do Paraná, entre outras distinções. Diversos livros de sua autoria receberam o selo Altamente Recomendável da FNLIJ. Como professor de jornalismo, foi um dos vencedores di projeto Rumos Itaú Cultural na categoria jornalismo cultural, em 2009. É membro fundador da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, ocupando anteriormente o cargo de secretário-geral. É membro do Coletivo 21, grupo de escritores mineiros. FLORENTINO ALVES DE FREITAS(TINO FREITAS-FOTO ABAIXO) - Jornalista, músico, produtor cultural, escritor de livros infantis, é também mediador de leitura do projeto Roedores de Livros que, desde 2006, desperta o prazer em ler junto às crianças no entorno de Brasília-DF. Possui 3 livros publicados: 'Brasilia de A a Z', 'Controle remoto' e 'Cadê o juízo do menino?' - este último selecionado como um dos 30 melhores livros infantis do ano pela revista Crescer em 2010. FRANCISCO MARQUES ROCHA(CHICO BONECOS-FOTO ABAIXO) - Professor e 'desenrolador de brincadeiras', como ele próprio se define. Poeta e arte-educador, dedica-se ao resgate de brinquedos e brincadeiras antigas e de memórias narradas ou como ele diz 'brinquedos invisíveis'. É autor de 'Galeio', antologia poética para crianças e adultos, obra que recebeu em 2005 o prêmio de melhor livro de poesia da Fundação Nacional do Livro Infantil. JOSÉ PAULO TEIXEIRA- Sociólogo, colaborador do projeto Rede Cidades e autor de 'Escritos militantes'(1996) e de 'Os donos da cidade' (Editora Insular, 1996) LUIZ FERNANDO EMEDIATO(FOTO ABAIXO) - Jornalista, escritor e editor com diversos livros premiados. Ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo. Autor de obras como 'A grande ilusão', 'Eu vi mamãe nascer', 'Geração abandonada', 'O outro lado do paraíso', 'Travessia do paraíso' e 'Um projeto para o Brasil', entre outros. INSTITUTO JOINVILLE BUSCA PATROCÍNIO PARA O EVENTO: A Feira do Livro de Joinville é uma realização do Instituto da Cultura, Educação, Esporte e Turismo, e tem como co-realizadores a Prefeitura Municipal de Joinville, através da Secretaria Municipal de Educação, Fundação Cultural, Proler/Univille e Sesc. O projeto está aprovado pela lei Rouanet para a captação de recursos no valor de R$ 500 mil, distribuídos em cotas de patrocínios: - Cota Ouro (co-realização): R$ 100 mil - Cota Prata (patrocínio): R$ 50 mil - Cota Bronze (apoio): R$ 10 mil Pessoas físicas ou jurídicas também podem aderir ao projeto por meio de cotas de R$ 10.000, R$ 5.000,00 e R$ 3.000,00, com retorno de aplicação da marca dos apoiadores no painel dentro do pavilhão do evento 11ª FEIRA DO LIVRO DE JOINVILLE QUANDO: De 4 a 13 de abril de 2014 ONDE: Centreventos Cau Hansen HORÁRIO DE VISITAÇÃO: das 9h às 21h QUANTO: entrada franca INFORMAÇÕES: Instituto da Cultura, Educação, Esporte e Turismo,TELEFONES:(47)3422-1133 OU 9972-2204"

Histórias do Hilton.........Bolando as trolas

Com a autoridade de quem é formado em Letras nesta semana HILTON GORRESSEN nos explica um pouco da estrutura das palavras e frases na língua portuguesa e ,é claro,de uma maneira mais descontraída.CONFIRA: "Você sabe por que o homem fala?Qual a origem da linguagem humana?Para alguns, o homem já começou a nomear a realidade desde sua criação por Deus(crença partilhada por meu assessor gramatical ,Professor Linotipus,que estudou em seminário).Outros,'botam fé' em outras teorias,como a da imitação dos ruídos da natureza.A criação de símbolos como linguagem deve ter começado com desenhos narrativos;posteriormente esses símbolos foram transformados em ruídos.Nossos antepassados tinham que se entender. Mas essas teorias só interessam aos filósofos e linguistas.Para nós,as pessoas comuns,a gente fala e pronto.No entanto,por que não admiramos algumas características de nossa linguagem verbal? O sistema ortográfico é tão perfeito que alterando um único som(ou,na escrita,uma única letra)alteramos o sentido das palavras.Troca-se uma espécie:galo vira gato ,canela vira panela,tão simples que parece até brincadeira de criança. Será que ,com a troca de mais algumas,letras,conseguiremos nos entender?Como seria se 'bolássemos as trolas'? Como é mesmo o nome daquele filme:Ferido,escolhi as tranças. E aquele ditado:delegar se cai ao monge. De pão em pão a farinha enche o saco. Nem tudo que trilha é couro. Quem não tem som casa com pato. Entendeu,né? E se misturarmos mais as letrinhas,você consegue entender?Eis um trecho retirado da internet: De aorcdo com uma pesqsiua de uma uinrvesridade ignlsea ,não ipomtra em qaul odrem de uma plravaa etãso,a úncia csioa iprotamatne é que piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bcguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea.Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa mas a plravaa cmoo um tdoo .Vdaerde! Se você conseguiu entender tudo,isso significa que somente os revisores de texto,em sua função,fazem uma leitura palavra por palavra,com a colaboração do contexto.Para facilitar a leitura ,algumas palavras já vêm acompanhadas de seus inseparáveis adjetivos,como se fossem corda e caçamba,Cosme e Damião. Veja:cena deslumbrante,lauta refeição,douto palestrante,bela figura,salário aviltante, e outros. Como se vê ,não é difícil entender o que se escreve.Isso quando se trata de sinais gráficos,dos significantes.Na parte de significação o negócio é mais complicado:o signo,ou a palavra,tem várias faces,e seu entendimento nunca é o mesmo para pessoas diversas."

Contos de Joinville: Confissões

Para a grande maioria das pessoas dias de chuva são tristes e chatos......mas não para a jornalista VANESSA BENCZ que aqui no ALAMEDA CULTURAL relembra algo que aconteceu em sua infância.CONFIRA: "A maioria das pessoas não gosta de chuva. Assim que o céu se esconde nas nuvens, muita gente reclama. 'Que dia feio', costuma-se dizer para manhãs úmidas. Quando, na calmaria do dia ou da noite, ouve-se uma trovoada distante avisando que o temporal vai lavar o mundo, muitos praguejam contra São Pedro. Mas eu, na minha distração e paz, fecho os olhos e agradeço. Eu amo chuva. Temporais, então, me deixam sorrindo por dentro, numa calma que ninguém sabe que eu tenho. Escondo meu sorriso naquele clichê: 'chuva de novo? Ah não'..... Eu descobri na infância que amo chuva. Lembro-me que era um dia de calor absurdo, úmido, desumano. Minha mãe havia brigado comigo porque eu arrastara seu novelo de lã favorito pelo gramado da casa. Estragara todo aquele novelo cor de salmão, lindo. A mulher estava tão enfezada que não queria me ver na frente dela. Fiquei magoada pela rejeição da minha mãe, apesar de entender. Então, como forma de autocastigo, fechei-me no quarto, no escuro, sozinha, náufraga no silêncio. Momentos depois, ouvi um barulho que fez o chão tremer e as janelas chacoalharem. Parecia que o mundo havia rosnado. Ou que uma bomba havia estourando devagarinho longe dali. Seria o universo se vingando de mim, a mando de minha mãe? Assustada, continuei parada, apenas com os ouvidos aguçados e os olhos muito acesos no escuro. Ouvi que a empregada gritou: 'tem que tirar as roupas do varal'. Havia muita correria na casa – enquanto os adultos pareciam preocupados, meus irmãos riam e gritavam empolgados. Segurei a curiosidade e continuei quieta, só ouvindo. O vento começou a apitar nas frestas das janelas. Reparei que as janelas haviam escurecido. Parecia noite. Um arrepio nasceu na pontinha dos dedos dos meus pés e correu até o meu couro cabeludo – sensação que eu teria muitas vezes depois diante de músicas incríveis, filmes inesquecíveis, pessoas sensacionais e gestos de altruísmo e bondade que transformaram-se em uma tatuagem no meu coração. Então, transbordando de adrenalina e medo, com a audição muito afiada, ouvi o mundo se mexendo lá fora. A impressão que tive pelo barulho era que, aos pouquinhos, alguém começou a jogar arroz cru no terraço de casa. Primeiros alguns grãos, depois um pouco mais… eram estalinhos incoerentes que, como mágica, pareciam estar em harmonia. Era o som universal e encantador da chuva deitando na Terra. Meu nariz foi abraçado por um dos aromas mais apaixonantes que já encontrei em minha trajetória em cima desde planeta: cheiro de grama molhada. A chuva ficava cada vez mais forte, e o mundo rosnava com raiva. Os relâmpagos faziam as janelas piscarem. De repente, minha mãe entrou no quarto e me puxou pelo braço. Percebi que a casa inteira estava no escuro, e minha família estava abraçada na sala, ao redor de uma vela. Os adultos estavam atentos, mas sem medo. As crianças pareciam se divertir com esse ciclo da natureza – olhavam empolgadas para a janela da sala, que ganhou a imagem da água em abundância serpenteando pelo vidro. Minha mãe sentou abraçada comigo no sofá. Fiquei me perguntando se ela havia esquecido o lance da lã; será que ela havia me perdoado tão rápido? Ora, a minha experiência até então me dizia que os adultos demoravam dias e dias até perdoar uma mancada, enquanto as crianças perdoavam em três segundos. Minha mãe tremia um pouquinho… na época eu achei que fosse de frio. Anos depois entendi que os adultos podem, sim, sentir medo de dias chuvosos, pois para muitos a água é sinônimo de destruição e morte. E minha mãe tem, dentro dela, um machucado feito pela água. Eu e minha família assistíamos hipnotizados ao espetáculo do mundo chovendo, o planeta chorando, se retorcendo de tanta água. Nós conversávamos coisas que só se conversam em dias de chuva, frente a uma vela. Meu pai falava com a voz mansa, que ele só usa em dias de chuva em que acaba a energia elétrica. E eu senti que momentos assim eram parênteses no nosso dia a dia. Nossa vida pode ser tão normal e típica (mas confesse: você não concorda que as melhores coisas, aquelas que ficam tatuadas na memória, são momentos singelos de silêncio, sorriso e vela?). Às vezes tenho a impressão de que os dias passam por mim sem gosto e sem tempero (mas entendo totalmente que, muitas vezes, as pimentas estão concentradas em poucos segundos, deixando os nossos olhos molhados e a risada entalada na garganta). Vez ou outra, parece que não faz sentido estar aqui, na Terra. Por quê estamos aqui? (Será que é para coletar poucos momentos em que os olhos se fecham, para que o sorriso se abra para o mundo e para o além?) No fim das contas, acho que estamos no escuro (e que é preciso de um relâmpago ou outro para acender, por um milésimo de segundos, o nosso caminho). (Eu sei lá. Só sei que estou com a alma todinha tatuada de alegrias e chuvas.)"

Saudades da Ditadura Militar.wmv

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Agende-se: Hip-Hop em Joinville

Como o rap o Hip-Hop surgiu entre as comunidades marginalizadas dos grandes centros e assim como o rap o Hip-Hop é a vez dessas comunidades.Para os amantes deste gênero musical,na próxima sexta-feira(1 de novembro)uma boa pedida ,tendo como atração uma revelação da música nacional.Confira mais detalhes a seguir: "KAROL CONKÁ(FOTOS ABAIXO) DATA:01/11/2013 HORÁRIO :22h LOCAL: Moom (FOTO ABAIXO) Visconde de Taunay, 415 - Joinville INGRESSO:Pago Após ser eleita pelo PRÊMIO MULTISHOW 2013, desbancando a até então favorita Anitta, Karol Conka vem pra nossa cidade como atração principal do primeiro evento da 047 ENTRETENIMENTO. Natural de Curitiba, ela trás através do seu álbum de Hip-Hop "BATUK FREAK" lançado em 2013, alguns de seus sucessos como: 'GANDAIA' e 'BOA NOITE'." FONTE: site PORTAL JOINVILLE

O jornal que nasceu de um caso de amor

O título deste texto não é nenhum exagero !Um dos maiores jornais da história de Joinville surgiu do caso de amor entre um jornalista húngaro e uma jovem filha de imigrantes alemães.EDUARDO SCHWARTZ,jornalista, nasceu em Budapeste a 17 de maio de 1865 e imigrou para o Brasil em 1888,estabelecendo-se primeiramente no Rio de Janeiro e mudando-se logo a seguir para Santos.Na portuária cidade paulista conheceu a jovem AUGUSTE PAHL,joinvilense e filha dos alemães KARL e HENRIETTE PAHL,radicados em Joinville em novembro de 1854.De Santos o casal partiu para Joinville em 1893. Entre 1892 e 1893 circulou em Joinville um pequeno jornal redigido em alemão chamado VOLKSSTAAT(ESTADO DO POVO),que apoiava o chamado movimento federalista(movimento que visava tirar do poder o então presidente Floriano Peixoto e também mais autonomia para os estados brasileiros).Com a derrota do moimento o jornal deixou de existir e Eduard Schwartz comprou de seus antigos diretores o material tipográfico(ABAIXO FOTO DE ANTIGA MÁQUINA TIPOGRÁFICA), criando em 1895 outro jornal escrito em alemão:o JOINVILLENSER ZEITUNG.O desafio era enorme!O recém criado jornal concorreria simplesmente com KOLONIE ZEITUNG,em circulalçao desde 1862 e um dos maiores jornais em língua alemã do Brasil!O novo jornal não só deu certo como atingiu praticamento o mesmo prestígio do Kolonie Zeitung,circulando em outras regiões do estado,do Paraná e do Rio Grande do Sul e sendo um jornal duradouro:com a exceção de um breve período durante a Primeira Guerra Mundial(1914-1918)em que deixou de circular,o jornal só deixou de existir em 1938,em virtude da chamada Campanha de Nacionalização do governo federal e que visava as antigas colônias alemãs e italianas do sul do Brasil. Embora a grande maioria da população de Joinville fosse de origem alemã e o alemão fosse mais falado que o português,a maior parte da elite da cidade era de origem portuguesa(muitos descendiam de antigas famílias que viviam na região antes da fundação de Joinville em 1851).Era então necessária a existência de um jornal em língua portuguesa e até então dois jornais com o mesmo nome,GAZETA DE JOINVILLE, haviam existido e ambos tiveram curta duração.Eduard Schwartz aceitou mais esse desafio e em 9 de abril de 1905 entrava em circulação um novo jornal chamado GAZETA DE JOINVILLE.O seu grande concorrente era o jornal COMÉRCIO DE JOINVILLE,pertencente a ABDON BAPTISTA e que tinha como seu principal redator o combativo e atuante jornalista CRISPIM MIRA(que seria assassinado em 1927,em Florianópolis ,por denunciar um esquema de corrupção no porto da capital).Em 31 de dezembro de 1913 os dois jornais se fundiram,criando o embrião daquele que viria a ser o JORNAL DE JOINVILLE,cuja circulação teve início em 1 de janeiro de 1919.Além de ser um jornalista atuante e empreendedor também atuou na área política da cidade ,sendo vereador entre 1907 e 1911 e entre 1915 e 1929.Homem de temperamento e opinião fortes teve como seu grande desafeto AURINO SOARES,fundador e proprietário do jornal A NOTÍCIA.Em 18 de abril de 1934 ele acabou falecendo e hoje dá nome a uma rua do bairro Guanabara. Com a sua morte o controle do jornal passou a viúva Auguste,tendo como gerente um dos filhos do casal,Frederico.Em 5 de agosto de 1947 o jornal acabou sendo comprado pelos DIÁRIOS ASSOCIADOS,um império jornalístico pertencente ao poderoso empresário e jornalista paraibano ASSIS CHATEUBRIAND(FOTO ABAIXO). Em muitas ocasiões,especialmente entre 1951 e 1956,o jornal chegou a superior o seu grande concorrente A NOTÍCIA em números de tiragens,anunciantes,vendas e ,é claro,em conteúdo jornalístico.Além disso o jornal apoiava declaradamente a UDN(União Democrática Nacional),partido hegemônico na cidade e que tinha como seu grande líder local JOÃO COLIN(prefeito da cidade entre 1947 e 1950 e entre 1956 e 1957-FOTO ABAIXO) e também tinha enormes ligações com a elite da cidade.Após funcionar na rua Ministro Calógeras,o jornal acabou sendo transferido para o que foi a casa de Procópio Gomes de Oliveira(prefeito da cidade entre 1903 e 1907 e entre 1911 e 1915),em frente ao atual prédio do SENAI(bairro Bucarein,avenida Procópio Gomes-FOTOS ABAIXO). Com a morte de Assis Chateubriand em 1968 os Diários Associados entraram em decadência e o JORNAL DE JOINVILLE começou sua lenta agonia.Em 29 de junho de 1980 o jornal teve um fim melancólico e praticamente ignorado.Chegava ao fim a saga iniciada por aquele jovem jornalista vindo da distante Hungria.