quinta-feira, 27 de junho de 2013

histórias do Hilton....Era uma vez

Com vocês mais história do divertido escritor Hilton Gorressen.BOA DIVERSÃO! "Os tempos eram outros. Nada de inflação. Com uma simples moedinha, a modesta dona Baratinha conseguiu virar a cabeça do pomposo Dom Ratão. Seu casamento não foi realizado, como todos sabem, por um infausto acidente acontecido com o noivo. As ruas eram ladrilhadas com pedrinhas de brilhante. Havia essa facilidade porque os sete anões tinham uma mina inesgotável de pedras preciosas, atrás das sete montanhas, em lugar que até hoje os políticos e os governantes não conseguiram descobrir, senão já era. Mulheres eram criadas para ficar à janela, na eterna espera do príncipe encantado. Não havia esse irracional culto do corpo. As – como direi – cheinhas eram mais admiradas. Veja o caso da Terezinha de Jesus. Quando um dia teve uma queda e foi ao chão, foram necessários três (eu disse três) cavalheiros para poderem erguê-la. De tanto comer, Terezinha transformou-se numa Florentina de Jesus(VER FOTO ABAIXO) e acabou sendo cantada pelo Tiririca. Não havia também certos preconceitos. O elefante podia casar com a formiguinha sem que algum político viesse dizer que aquilo era doença. Só tinha que ter um pouco de cuidado durante a lua de mel. A bela podia se apaixonar pela fera sem que os maledicentes espalhassem por aí que tinha sido por interesse. Aliás, a fera não era jogador famoso nem diretor de televisão. A parte triste é que os animais podiam ser maltratados e seus agressores permaneciam impunes, como se fossem simples corruptos. Chegavam, muitas vezes, a arremessar o pau no gato, e somente quem se admirava com o berro desesperado do bichano era a Dona Chica-ca-ca. Não havia preocupação em proteger as minorias felinas. Malvadeza mesmo foi feita com o sapo, coitado, transformado em príncipe. Vida de sapo é mais tranquila do que a de príncipe. Não devemos acreditar no que diziam os contadores de história. Os moradores do reino não viviam felizes e satisfeitos, elevados da miséria para a pobreza, dando vivas ao velho rei e à malvada rainha. Havia insatisfações, greves, passeatas, pedidos por verbas para a saúde, educação, segurança. Mesmo porque as verbas iam todas para os bolsos da nobreza e para a construção de arenas de esporte. E havia as tramoias, invejas, maquinações dos outros pretendentes. Olha, se fosse eu, preferia ter continuado como sapo. Mas tudo o que é bom acaba sendo vítima de aproveitadores. Ultimamente, uma tal de Barbie(VER FOTO ABAIXO) vem se apropriando desse mundo maravilhoso, tomando para si o protagonismo dessas histórias que enchem de encantamento a vida das crianças. (NOTA DO BLOG:este texto foi publicado no jornal Notícias do Dia - 26/06/2013)

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