sexta-feira, 21 de junho de 2013

histórias do Hilton...-meus tipos inesquecíveis

Agora trazemos mais um texto escrito pelo divertido escritor Hilton Gorressen: "A revista Seleções tem ou tinha uma seção denominada “Meu tipo inesquecível”, na qual apresentava a história de um personagem pitoresco, que merecia ser lembrado. Prefiro apresentar meus tipos “esquecíveis”, aqueles que, quando vêm em nossa direção, nos escondemos apavorados. Ao grito de “lá vem Fulano!”, todos encontram um jeito de sumir. Esses tipos são representantes de uma classe de pessoas que convivem em nosso dia a dia. Cuidado, um deles pode estar perto de você. Comecemos pelo Encrenca(VER PRIMEIRA ILUSTRAÇÃO ABAIXO), aquele indivíduo para quem nada está bom. Nunca teve um elogio para ninguém. Encrenca, você gostou do espetáculo? Ele retorce a boca, franze a testa, num gesto característico: Hum, mais ou menos. Que tal aquela loura popozuda? Regular. Seu Encrenca, qual sua sensação de haver ganhado 10 milhões na megassena? Ele retorce a boca: vai dar pro gasto! Tem também Dona Onomásia(VER SEGUNDA ILUSTRAÇÃO ABAIXO), aquela que te pega numa conversa e não te larga mais. Fala de seus padecimentos, de seu trabalho com os filhos, do sem-vergonha do cunhado... Não te dá chance nem de falar: olha, tá na hora, preciso ir, tenho hora marcada no médico, meu cartão de estacionamento está vencendo e outras. Vascôncio (o pai, seu Leôncio, era vascaíno doente) é o grude, o chato de galocha, aquele que te vê de longe e já vem com os braços abertos. Te chama de ”meu querido”, te agarra o braço ou segura pelo ombro, aproxima o bafo do teu rosto. Em estado normal, o Vascôncio já é um porre, imagine quando está mesmo de porre. Mistura de Vascôncio e dona Onomásia é o Neco Trique-trique(VER QUARTA ILUSTRAÇÃO ABAIXO). Neco é aquele que gosta de contar as coisas tintim por tintim. Para contar um filme, leva umas duas horas. Fecha os olhos, puxando pela memória, e se alheia de tudo em redor, absorvido pela sua narração. Não lhe pergunte como foi o último capítulo da novela (ele interpreta até o comercial). Aproveite essas horas para consultar o smartphone, fazer ligações ou mesmo apreciar a paisagem. O cara nem percebe. O último tipo (mas sem esgotar minha lista) é o Joca “Sô mais eu”(VER ÚLTIMA ILUSTRAÇÃO ABAIXO), aquele que come mamão e arrota papaia com cassis, bebe Tang e urina champanha francesa. Joca escreveu uma carta para o Obama (que certamente foi lida por um assessor) e já se considera amigo íntimo do presidente. Sempre começa suas intermináveis conversas, cujo assunto principal é ele próprio, com o indefectível: como eu disse pro Obama... Publicou um texto no Diário de Pixoxó e já se considera um autor de expressão nacional. Quem não conhece um desses? (Não, não é preciso dar os nomes!)"(NOTA DO BLOG:ESTE TEXTO FOI PUBLICADO NO JORNAL NOTÍCIAS DO DIA DE 19-06-2013)

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