segunda-feira, 17 de junho de 2013

entrevista com o escritor MILTON MACIEL

O ALAMEDA CULTURAL traz hoje uma reprodução da entrevista com o escritor Milton Maciel para SITE REVISTA BIOGRAFIA.Além dos dados citados antes da entrevista Milton Maciel também é um dos mais destacados membros da CONFRARIA DO ESCRITOR,entidade que reúne escritores de Joinville e que geralmente ocorre nas dependências da Biblioteca Pública Municipal no terceiro sábado de cada mês.AGORA VAMOS À ENTREVISTA! "Jornalista Shirley M. Cavalcante (SMC) entrevista escritor Milton Maciel Escritor Milton Maciel divide o tempo entre as cidades de Joinville e São Paulo, no Brasil; e Miami, nos Estados Unidos, autor de mais de 20 livros, é palestrante conferencista, em entrevista o escritor conta-nos como iniciou sua seu gosto pela escrita, como consegue escrever diferentes gêneros literários, fala um pouco sobre alguns de seus livros, dá maravilhosas dicas aos escritores, uma rica entrevista concedida pelo escritor, conferencista, Milton Maciel, ao projeto Divulga Escritor SMC - Escritor Milton Maciel(FOTO ABAIXO) quando começou a escrever? Em que momento decidiu ser escritor? Milton Maciel (M.M) - Comecei a escrever aos 14 anos e comecei a ser publicado aos 16 e 17 anos, poesia somente. Mas aí passei no vestibular de Engenharia Química e minha musa muniu-se de calculadora e material de laboratório. A partir daí houve minha defecção da arte. Deixei poesia e deixei o piano e passei anos a fio escrevendo e publicando exclusivamente material técnico. Vivi 25 anos em São Paulo nessa fase e depois quatro em Maceió, AL, onde fui Secretário de Agricultura. Aí começou minha fase de escrever livros técnicos de Agricultura Orgânica (tenho 14 publicados). De 2001 em diante passei a publicar material técnico em inglês sobre biocombustíveis. De 2007 em diante passei a morar nos EUA (part-time até 2010, full time depois disso). Então passei a ter mais tempo disponível e retornei à ficção, passando a publicar meus romances sobre prostituição infantil no Brasil, frutos diletos de minha estada no apaixonante Nordeste. E as outras obras que vieram depois. Quanto a ser escritor, minha decisão foi tomada em 1991. SMC - Hoje você tem um grande número de livros publicados de diferentes temas: romances, contos, poemas, livros técnicos. Como foi surgindo estes diferentes gostos literários e o que o influenciou a ter esta diversificação de temas publicados? M.M - Creio que isso é uma natural decorrência de minha personalidade, em si multifacetada. Nunca fui capaz de fazer uma única coisa ao mesmo tempo. O que aconteceu foi que acabei aprendendo a reconhecer isso e a administrar essa dispersividade. Acho que a melhor expressão disso é meu blog pessoal (http://miltonmaciel.blogspot.com.br ), onde faço de duas a três postagens por dia, todos os dias, sobre uma multiplicidade de temas diferentes: poesias, poesias humorísticas, contos, sátiras, crônicas, erotismo, política, feminismo, educação e temas regionais. Ali posto também trechos diários dos meus livros, tanto os já publicados, como livros inéditos. O livro O CERCO, por exemplo, foi sendo escrito e postado diariamente desde 7 de Fevereiro deste ano, Os leitores puderam acompanhar esse trabalho de parto que resultou em um livro de 400 páginas, uma novela histórica em que uso um fato histórico real – a invasão dos hunos à Gália em 451 A.D.(ILUSTRAÇÃO ABAIXO) – como palco para as incríveis atividade de minhas quatro heroínas (três sacerdotisas celtas e um eunuco), que acabam resultando na vitória dos aliados (romanos, visigodos, burgúndios, francos e alanos) contra Átila e seu hunos, junto com seus aliados ostrogodos e gépides. SMC - Notamos que você aborda em seus livros dois temas bastante polêmicos, a violência contra a mulher e a auto-destruição alimentar. Em quem ou em que você se inspira para escrever sobre estes temas? M.M - O tema da violência contra a mulher nasceu do meu encontro sacrossanto com minha mulher interna. Posso dizer que fiz as pazes com ela, quando compreendi as raízes do meu comportamento machista, aprendido e praticado em minha infância na fronteira do rio Grande do Sul com o Uruguai(FOTO ABAIXO) (conto isso no livro “A BELA MORDE A FERA”, uma co-autoria com a escritora e líder feminista norte-america Ellen Snortland). Desde que compreendi, com meus estudos de psicologia analítica junguiana, que o machismo está baseado em ARQUÉTIPOS do período neolítico e é, portanto, inconsciente e atávico, passei a me dedicar ativamente ao combate diuturno ao machismo. Nos Estados Unidos, através de um grupo denominado Men Can stop Rape, aprendi a trabalhar com outros homens para eliminarmos o machismo no nascedouro, junto a crianças e adolescentes, e junto a mães e pais. Dou regularmente cursos e treinamentos sobre isso em Miami e região. Ainda não se apresentou, para mim, uma oportunidade de trazer isso para o Brasil, o que é uma lástima, pois aqui as coisas são ainda piores que nos EUA. Já o assunto da auto-destruição alimentar nasceu de minha luta pessoal contra a obesidade, fatalidade genética na minha família, e do meu longo ativismo no campo da Agricultura Orgânica. Acabei chegando à única dieta que me fez perder peso com permanência, a Dieta Paleolítica. Que não é nenhuma dieta da moda, tanto que é desconhecida no Brasil. Trata-se não de uma novidade, mas de um retorno no tempo. Há 10 000 anos apenas, apareceram os grãos em nossa alimentação, com o advento da agricultura. Isso é que dá origem ao Neolítico(ILUSTRAÇÃO ABAIXO). Até então, e durante 2 500 000 de anos, vivemos o período Paleolítico. Durante esses 2,5 milhões de anos, tivemos um mesmo tipo de alimentação, como caçadores-coletores. Essa dieta formou nosso genoma. De 10 mil anos para cá com os grãos, 6 mil anos para cá com os laticínios, mil anos para cá com o açúcar refinado, 300 anos para cá com os óleos vegetais e, atualmente, com a explosão da tragédia da junk food, subvertemos completamente nossa base alimentar e hoje somos vítimas de uma enorme DISCORDÂNCIA GENÉTICA, que gera praticamente todas as moléstias não-transmissíveis que matam a maioria das pessoas em nossa civilização. Um outro importante fator de contribuição veio, evidentemente, de minha atividade de décadas como produtor agropecuário orgânico e como consultor e escritor agrícola. Daí nasceram meus seminários “Nossa Alimentação Suicida” no Brasil e “The Chemical Broth nos EUA.” Tudo isso está exposto em meu livro “A SOPA QUÍMICA – Nossa Alimentação Suicida” Idel, S. Paulo, 2008.

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